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VGNJUR Sábado, 26 de Julho de 2025, 10:43 - A | A

Sábado, 26 de Julho de 2025, 10h:43 - A | A

FIM DO ACAMPAMENTO

STF determina fim de acampamento bolsonarista em Brasília

Protesto que durou menos de 24 horas foi desmobilizado na madrugada de sábado

Edina Araújo/VGN

Os deputados federais, Hélio Lopes (PL-RJ) e Coronel Chrisóstomo (PL-RO) desocuparam na madrugada deste sábado (26.07) o acampamento que haviam montado em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), na Praça dos Três Poderes. A retirada ocorreu após determinação do ministro Alexandre de Moraes, que proibiu qualquer tipo de manifestação ou estrutura no local.

O protesto começou na tarde de sexta-feira (25) pelo deputado Hélio Lopes, conhecido como "Hélio Negão", que montou uma barraca em frente à sede da Corte com um esparadrapo na boca, alegando que a liberdade de expressão está ameaçada no país. O parlamentar fluminense, em seu segundo mandato na Câmara e considerado um dos mais próximos aliados de Jair Bolsonaro, protestava contra as medidas judiciais impostas ao ex-presidente.

Em decisão divulgada na noite de sexta-feira, Moraes atendeu integralmente aos pedidos da Procuradoria-Geral da República (PGR) e determinou a remoção imediata dos deputados. O ministro citou nominalmente cinco parlamentares do PL: Hélio Lopes, Sóstenes Cavalcante (RJ), Cabo Gilberto Silva (PB), Coronel Chrisóstomo (RO) e Rodrigo da Zaeli (MT).

Na decisão, Moraes fez uma comparação histórica polêmica ao citar a "política de apaziguamento" do primeiro-ministro inglês Neville Chamberlain com Adolf Hitler, afirmando que "não se negocia o Estado Democrático de Direito e não é razoável a repetição do lamentável erro anterior de permitir a organização de criminosos acampamentos golpistas livremente".

O magistrado argumentou que os deputados pretendiam "repetir os ilegais e golpistas acampamentos realizados na frente dos quartéis do Exército, para subverter a ordem democrática", em referência aos protestos que ocorreram após as eleições de 2022 e que antecederam os atos de 8 de janeiro de 2023.

Em complemento à primeira decisão, Moraes determinou a proibição de instalação de acampamentos num raio de 1 quilômetro da Praça dos Três Poderes, da Esplanada dos Ministérios e também em frente aos quartéis das Forças Armadas. A medida visa evitar novos episódios semelhantes aos ataques golpistas de janeiro de 2023.

A decisão estabeleceu ainda a possibilidade de "prisão em flagrante com base, na prática de resistência ou desobediência ao ato de autoridade pública" para quem insistisse em permanecer no local.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), foi intimado pessoalmente por Moraes e compareceu ao local por volta da 1h da manhã para negociar a saída dos deputados. Acompanhado do secretário de Segurança Pública Sandro Avelar, Ibaneis dialogou com os parlamentares através do desembargador aposentado Sebastião Coelho, conhecido por suas críticas ao STF.

Durante a negociação, Ibaneis admitiu desconforto com a situação, dizendo: "Eu não concordo com as coisas que estão acontecendo, Sebastião". Inicialmente, os deputados tentaram transferir o acampamento para a Praça das Bandeiras, na Esplanada dos Ministérios, mas foram informados sobre a nova decisão de Moraes que ampliava a proibição.

Três dos cinco deputados citados na decisão de Moraes negaram participação no acampamento. Sóstenes Cavalcante afirmou estar no Rio de Janeiro "trabalhando na minha base eleitoral" e questionou se o ministro estava "confundindo os fatos ou surtando".

Cabo Gilberto Silva também negou participação, afirmando estar "trabalhando na Paraíba nesse momento" e classificou a situação como "mais um erro grave do STF". O deputado participava na sexta da inauguração da nova sede do PL em João Pessoa, com a presença da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

O acampamento foi motivado pelas recentes decisões judiciais envolvendo Jair Bolsonaro, incluindo a determinação para o ex-presidente usar tornozeleira eletrônica para evitar fuga do país durante o processo judicial relacionado ao inquérito do golpe. Bolsonaro e ex-assessores são réus no STF por tentativa de golpe de Estado.

Hélio Lopes publicou uma carta aberta nas redes sociais dizendo que o Brasil "não é mais uma democracia" e declarou: "Não estou aqui para provocar. Estou aqui para demonstrar a minha indignação com essas covardias. Não estou incentivando ninguém a fazer o mesmo".

Fechamento da Praça dos Três Poderes

A Polícia Militar do Distrito Federal fechou totalmente a Praça dos Três Poderes na madrugada de sábado, com apoio da Força Nacional e equipes do DF Legal. O acesso à praça, que abriga os prédios do Congresso Nacional, STF e Palácio do Planalto, permanece bloqueado como medida preventiva.

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