Mato Grosso virou vitrine da “tolerância zero” contra a violência — ao menos na propaganda oficial. Na prática, os dados escancaram uma realidade bem menos triunfal. O 19º Anuário Brasileiro de Segurança Pública revelou que, em 2024, quase metade dos homicídios contra mulheres no Estado foram feminicídios. E, dos 27 feminicídios registrados só em 2025, somente duas vítimas tinham medida protetiva. Sim, duas. E mesmo assim foram assassinadas.
Medidas protetivas falharam. O discurso oficial também
Imagina se o número de mulheres com medida protetiva fosse maior — o escândalo seria ainda mais difícil de administrar. No melhor estilo “lava as mãos”, o secretário de Segurança Pública, César Augusto Roveri, tratou de repartir a culpa com a sociedade: "Não é um problema só de segurança pública". Claro. Afinal, como lembrou ele, “a segurança pública não está dentro de cada lar”. Mas parece que o feminicida, infelizmente, está.
Para justificar a atuação estatal, o governo cita programas sociais e monitoramento com câmeras. E enquanto comemora a queda de Sorriso no ranking das cidades mais violentas, o mesmo município agora amarga a segunda maior taxa de estupros do país. A matemática não fecha, mas a propaganda continua.
Fica a pergunta incômoda: quem vai proteger as mulheres, quando nem as medidas protetivas protegem?
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