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VGNJUR Terça-feira, 29 de Julho de 2025, 10:58 - A | A

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lavagem de dinheiro

Morador de Cuiabá que escondeu dinheiro de ‘WT’ em apartamento de R$ 1 milhão tem prisão mantida

Justiça mantém preso acusado de lavar dinheiro do Comando Vermelho em apartamento de R$ 1 milhão

Lucione Nazareth/VGNJur

A Justiça manteve a prisão preventiva de Marllon da Silva Mesquita, investigado por lavagem de dinheiro ligada à facção Comando Vermelho em Cuiabá. A decisão foi proferida nessa segunda-feira (28.07), pela juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Alethea Assunção Santos, que considerou haver risco à ordem pública e à ordem econômica caso o réu seja solto.

Mesquita foi preso em novembro de 2024, durante a Operação Fair Play, da Polícia Civil, que apura a aquisição de um apartamento de R$ 1 milhão em Balneário Camboriú como forma de ocultar dinheiro do tráfico. No dia da prisão, ele quebrou o próprio celular para tentar apagar provas, segundo as investigações.

Na decisão, a magistrada afirmou que não houve nenhuma mudança de fato que justificasse a soltura e destacou que há indícios suficientes de que Mesquita integrava o esquema criminoso. Conforme a denúncia, ele teria movimentado ao menos R$ 279 mil de origem ilícita, além de realizar depósitos em nome de empresas ligadas à facção.

A juíza destacou ainda que o Comando Vermelho tem atuação nacional e que a prisão preventiva é necessária para conter a continuidade das ações do grupo. Segundo ela, medidas alternativas não são suficientes no caso.

"Restam evidenciados os motivos ensejadores da custódia preventiva, uma vez que nenhuma outra medida cautelar se mostra suficiente para acautelar à ordem pública, diante da necessidade de interromper a atuação da organização criminosa, bem como para resguardar à ordem econômica, estando a segregação devidamente fundamentada nos artigos 312 e 313, ambos do Código de Processo Penal. Diante do exposto, INDEFIRO o pedido de revogação da prisão preventiva formulado pelo requerente MARLLON DA SILVA MESQUITA, qualificado nos autos, pelas razões acima expostas, bem como pelos próprios fundamentos já consignados na decisão que decretou a medida constritiva, uma vez que inexistem fatos novos capazes de justificar a concessão da liberdade", diz a decisão.

Entenda o caso

A Operação Fair Play foi deflagrada em novembro de 2024 pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), da Polícia Civil de Mato Grosso, para desarticular um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao Comando Vermelho. Ao todo, foram cumpridos 19 mandados judiciais contra suspeitos de usar a compra de imóveis de luxo fora do estado para esconder recursos obtidos com o tráfico de drogas.

Um dos principais alvos é Paulo Witer Farias Paelo, conhecido como “WT”, apontado como tesoureiro da facção criminosa em Mato Grosso. Marllon da Silva Mesquita, que continua preso por decisão judicial, seria um dos responsáveis por movimentar o dinheiro usado para ocultar o patrimônio da organização.

Segundo o processo, no dia 17 de outubro de 2023, Marllon, juntamente com Andrew Nickolas Marques dos Santos e Michael Richard da Silva Almeida, teria realizado diversos depósitos em espécie para a compra de um apartamento localizado em Itapema (SC), avaliado em mais de R$ 1 milhão. O imóvel está situado em um condomínio de classe média no litoral catarinense e teria sido adquirido com dinheiro do tráfico, com o objetivo de lavar recursos da facção.

A investigação revelou que os pagamentos foram feitos por meio de uma tática chamada “smurfing”, que consiste em fracionar valores em pequenas quantias para evitar a detecção por órgãos de controle como o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF).

Durante o cumprimento do mandado de prisão, Marllon tentou se livrar de provas: quebrou o próprio celular e o escondeu no ralo da lavanderia do apartamento onde morava, no bairro Alvorada, em Cuiabá. A atitude foi flagrada pelas equipes de investigação. Na ocasião, também foram apreendidos dois veículos — um Nissan Kicks e um Jeep Renegade -, além de R$ 11.826,00 em espécie encontrados no porta-luvas do Jeep.

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