Durante o interrogatório nesta terça-feira (10.06), no Supremo Tribunal Federal (STF), Jair Bolsonaro (PL) afirmou que nunca cogitou a possibilidade de golpe de Estado para se manter no poder após perder as eleições de 2022. A declaração foi dada na ação que investiga a tentativa de golpe.
“Golpe é uma coisa abominável. Começar seria fácil, mas o ‘after day’ é imprevisível e danoso para todo mundo. O Brasil não poderia passar por uma experiência dessas. Essa hipótese nem foi cogitada no meu governo”, afirmou Bolsonaro.
O ex-presidente também rejeitou as acusações de ruptura institucional e disse sentir “até arrepio” quando se fala que os atos de 8 de janeiro foram uma tentativa de golpe. Sobre os bolsonaristas que invadiram a sede dos Três Poderes, chamou-os de “pobres coitados”.
Bolsonaro negou ter tratado de qualquer “minuta de golpe”. “Eu refuto qualquer possibilidade de falar de minuta de golpe, ou uma minuta que não esteja enquadrada dentro da Constituição brasileira”, declarou.
Ao comentar a derrota eleitoral, afirmou: “Tivemos que entubar o resultado das eleições”. Sobre não ter subido a rampa do Palácio do Planalto para passar a faixa presidencial ao presidente Lula, disse que seria submetido “à maior vaia do Brasil”.
Em tom pessoal, Bolsonaro falou sobre sua saúde. “Tenho 70 anos e passei por uma cirurgia no intestino neste ano. Se precisar de outra cirurgia igual, segundo o médico, vou estar ‘no bico do urubu’. Já vivi bastante e quero continuar colaborando com meu país. Não gostaria de ser condenado, até porque entendo que nada do que estou sendo acusado procede.”
Em tom descontraído, comentou a vaquinha online que arrecadou R$ 18 milhões para sua defesa: “Arrecadei mais dinheiro que o Criança Esperança.”
Questionado sobre o general Augusto Heleno, Bolsonaro afirmou: “Senhor ministro, eu sou apaixonado pelo general Heleno, confesso.” Ele disse não se lembrar se o convocou para uma reunião em 17 de dezembro.
Por fim, confirmou ter se reunido com a deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti Neto, ambos envolvidos em invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). “Carla Zambelli levou o hacker, e eu o recebi. Não entendo nada de informática. Não senti confiança nele, como de praxe. Encaminhei o hacker para a Comissão de Transparência Eleitoral e nunca mais tive contato com ele. Não tive retorno do então ministro da Defesa Paulo Sérgio. Nem sei se ele foi recebido.”
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