O ex-ministro da Defesa e candidato a vice de Jair Bolsonaro em 2022, general Braga Netto, prestou depoimento nessa terça-feira (10.06) ao Supremo Tribunal Federal (STF) no processo que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições.
Durante o interrogatório, Braga Netto negou envolvimento em qualquer plano golpista e também afirmou que não repassou dinheiro ao ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid. Segundo ele, quando Cid pediu ajuda financeira, entendeu-se que o pedido era para quitar dívidas de campanha. "Na minha cabeça, era alguma coisa a ver com campanha. Disse para procurar o tesoureiro do PL. Depois me disseram que não havia como ajudar. Falei: ‘Morre o assunto’. E morreu o assunto", declarou.
A delação de Mauro Cid aponta que houve uma reunião na casa de Braga Netto, em 12 de novembro de 2022, para tratar do golpe. O general confirmou o encontro, mas negou a versão de Cid. Disse que recebeu duas pessoas que queriam conhecê-lo, mas que o encontro durou cerca de 20 minutos e não tratou de ações golpistas. “Ficaram tristes porque perdemos a eleição. Tocou-se no assunto da intervenção, mas nada foi tratado de forma concreta”, afirmou.
Braga Netto evitou dar detalhes sobre os temas discutidos e respondeu a algumas perguntas com reservas. Quando o ministro Alexandre de Moraes perguntou se o assunto da reunião era golpe de Estado, ele respondeu que não poderia comentar.
Outro ponto abordado foi uma mensagem atribuída ao general, em que ele teria sugerido que outros militares “sentassem o pau” nos então comandantes do Exército, general Freire Gomes, e da Marinha, brigadeiro Baptista Júnior, por não aderirem ao suposto plano golpista. Questionado, Braga Netto disse que as mensagens foram tiradas de contexto e alegou não se lembrar de tê-las enviado.
Ele também tentou justificar um vídeo gravado em 2022, no qual diz a uma apoiadora que “vem alguma coisa aí”. Segundo Braga Netto, ele se referia a uma ação do PL no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para questionar o resultado da eleição. “Eu sabia que o PL ia entrar com um documento. Não podia dizer isso publicamente”, disse.
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