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VGNJUR Quarta-feira, 30 de Julho de 2025, 09:32 - A | A

Quarta-feira, 30 de Julho de 2025, 09h:32 - A | A

investigação

Servidor do TJMT é suspeito de facilitar fraudes; esposa movimentou R$ 1,8 milhão em um ano

Conta de esposa de servidor recebeu R$ 342 mil de empresa investigada por fraude

Lucione Nazareth/VGNJur

As investigações da Delegacia Especializada de Estelionato de Cuiabá revelaram a movimentação de quase R$ 1,8 milhão na conta bancária de Márcia Ferreira Costa, esposa do servidor do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Mauro Ferreira Filho, entre outubro de 2021 e setembro de 2022. Márcia morreu em maio de 2023 e, segundo a polícia, não possuía atividade profissional ou renda compatível com os valores recebidos.

O caso é um dos principais focos da Operação Sepulcro Caiado, deflagrada nesta quarta-feira (30.07), que apura um esquema de fraudes processuais e desvios de recursos públicos superiores a R$ 21 milhões. A investigação mira advogados, familiares e um servidor do Judiciário, suspeitos de atuar de forma coordenada para simular processos e liberar valores de forma irregular.

Segundo relatório da Polícia Civil, R$ 342 mil foram depositados na conta de Márcia por uma empresa de cobrança ligada aos investigados. A movimentação é tratada como um dos indícios mais evidentes do uso de terceiros para lavagem de dinheiro.

O grupo é apontado como liderado por João Gustavo Ricci Volpato, que, com apoio de familiares e advogados, usava empresas e escritórios de fachada para simular execuções de dívidas fictícias. Os processos eram instruídos com procurações irregulares, acordos forjados e comprovantes de pagamento falsos, permitindo o saque de valores vultosos de contas judiciais.

A atuação de Mauro Ferreira Filho, técnico judiciário com salário de R$ 36.810,10, segundo o Portal da Transparência do TJMT, é considerada estratégica. De acordo com a investigação, ele acelerava ilegalmente a liberação de alvarás judiciais, em alguns casos antes mesmo da formalização de pedidos. Documentos oficiais citam diretamente sua participação. Um ofício de 2025 anexado aos autos, por exemplo, afirma que todas as guias com inconsistências foram enviadas ao Banco do Brasil por Mauro.

Além de Márcia e Mauro, a Polícia investiga a participação de diversos advogados, alguns dos quais representavam simultaneamente autor e réu nos mesmos processos, em um claro indício de conluio. O objetivo, segundo a Polícia Civil, era dar aparência de legalidade a processos fabricados para desviar dinheiro público.

A operação cumpre 11 mandados de prisão, sendo sete contra advogados. As apurações seguem em andamento, e a Polícia não descarta novas fases da operação e o envolvimento de outros servidores do Judiciário.

Nota TJMT

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) informa que, diante da operação da Polícia Judiciária Civil (PJC-MT) que apura suposta irregularidade na gestão da Conta Única do Poder Judiciário, está contribuindo e continuará a contribuir integralmente com as investigações, a fim de se obter a verdade.

Informa ainda que irá instaurar os procedimentos disciplinares cabíveis para a apuração da responsabilidade administrativa dos servidores suspeitos, em estrita observância aos princípios do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório.

O TJMT destaca que adota rigorosos mecanismos de controle e transparência, visando prevenir quaisquer tipos de inconformidades. Ressalta ainda que repudia veementemente qualquer prática que atente contra a integridade institucional e o interesse público.

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