O policial militar Ricker Maximiano de Moraes, 33 anos, foi condenado nessa terça-feira (08.07) a 12 anos e 10 meses de prisão por tentativa de homicídio contra um adolescente de 17 anos, à época dos fatos, em Cuiabá. Ricker já estava preso por outro crime: o assassinato da esposa, Gabrieli Daniel Souza de Moraes, que seria uma das testemunhas no caso da tentativa de homicídio.
Na sentença, o juiz Lawrence Pereira Midon destacou que a pena foi agravada por ter sido cometido um crime com recurso que dificultou a defesa da vítima. No entanto, foi considerada a atenuante por se tratar de tentativa de homicídio, resultando na pena final de 12 anos e 10 meses.
O magistrado também manteve a prisão preventiva do réu, determinou o cumprimento da pena em regime fechado, a suspensão dos direitos políticos e o pagamento de indenização mínima à vítima no valor de 10 salários mínimos.
Inicialmente, o Tribunal do Júri estava marcado para o dia 28 de maio, mas foi adiado para 8 de julho após o réu dispensar o advogado durante a sessão.
O crime aconteceu em 2018, na avenida General Mello, em frente à Casa dos Concursos. Na ocasião, o adolescente foi surpreendido por Ricker, que atirou contra ele por um motivo fútil. A vítima precisou passar por cirurgia de emergência e ficou com sequelas permanentes.
Segundo o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), o policial tentou justificar sua ação alegando uma tentativa de assalto. No entanto, a acusação sustentou que se tratava de uma narrativa racista e discriminatória.
“Ele tenta, o tempo todo, criar um estereótipo de bandido para os jovens, porque, na cabeça dele, eram jovens com aparência de criminosos. Mas, na verdade, eram apenas jovens pobres, negros, de camiseta, chinelo e boné, andando pela cidade”, afirmou o MP.
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