Lumar Costa da Silva, 34 anos, conhecido por matar e arrancar o coração da própria tia em 2019, recebeu alta médica e deixou o Centro Integrado de Atenção Psicossocial (CIAPS) Adauto Botelho, em Cuiabá. A decisão foi assinada pelo juiz Geraldo Fernandes Fidelis Neto, da 2ª Vara Criminal, com base em laudos médicos que apontou “estabilidade clínica” do paciente.
Mesmo com o histórico violento e o diagnóstico de transtorno afetivo bipolar, a Justiça entendeu que a internação já não era necessária. Agora, Lumar deverá cumprir medida de segurança regime ambulatorial intensivo no município de Campinápolis, interior de São Paulo, onde reside o pai dele – nomeado como curador.
A decisão, da última quarta-feira (18.06), impõe medidas rigorosas. Lumar deve se apresentar mensalmente no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) da cidade, para ser acompanhado por uma equipe multiprofissional de médicos psiquiatras e terá que seguir tratamento contínuo por período indeterminado.
Ademais, Lumar está proibido de sair de Campinápolis sem autorização judicial, frequentar locais como casas de prostituição, jogos de azar e bocas de fumo, além de não poder ingerir bebida alcoólica ou usar qualquer tipo de droga. A família e os profissionais da saúde responsáveis deverão enviar relatórios trimestrais à Justiça, sobre sua evolução clínica.
O paciente, que é diagnosticado com transtorno afetivo bipolar tipo I, será submetido a nova avaliação de cessação de periculosidade. Conforme documentos juntados ao processo, o quadro de Lumar é considerado grave e crônico, podendo causar episódios psicóticos e comportamentos agressivos, especialmente se juntado a drogas.
Apesar da estabilidade clínica, os profissionais alertaram a necessidade de acompanhamento intenso, justamente pelo risco de recaídas e novos surtos violentos. Segundo o laudo, Lumar sofre com alterações drásticas de humor, impulsividade e perda de senso crítico.
Mesmo com a recomendação de alta da internação, o próprio laudo deixa claro que não houve cessação da periculosidade, ou seja, ele ainda representa risco, e o tratamento fora da unidade deve ser rigidamente controlado.
Entenda o caso
Lumar Costa da Silva matou a tia, Maria Zélia da Silva, 55 anos, a facadas no dia 02 de julho de 2019, dentro da própria casa, no bairro Vila Bela, em Sorriso.
Conforme a Polícia Civil, o suspeito chegou a arrancar o coração da mulher e entregou o órgão para a filha da vítima. No inquérito, cita que Lumar confessou o crime à família e em interrogatório afirmou que matou e tirou o coração da tia porque ela era uma bruxa que sugava sua energia vital por ele não ter realizado sexo com ela. Ele ainda disse que no dia do crime usou drogas.
Na época do crime, o acusado havia se mudado para Mato Grosso há quatro dias depois de tentar matar a mãe dele em Campinas, São Paulo.
O delegado André Ribeiro, que investigou o caso, classificou rapaz como “repugnante, monstro e perturbado”.
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