O promotor de Justiça Jaques de Barros Lopes pediu a prisão preventiva do policial militar Ricker Maximiano de Moraes, 33 anos, réu por tentativa de homicídio contra um jogador de futebol em Cuiabá. O Tribunal do Júri estava marcado para quarta-feira (28.05), mas foi adiado para o dia 8 de julho, depois que o réu dispensou o advogado durante a sessão.
A tentativa de homicídio aconteceu em 2018, na avenida General Melo, em frente à Casa dos Concursos. Na época, a vítima tinha 17 anos e precisou passar por uma cirurgia de emergência, ficando com sequelas.
Segundo o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), Ricker atirou no adolescente por um motivo fútil e pegou a vítima de surpresa, dificultando a defesa.
Conforme o processo, o jovem voltava para casa com dois amigos quando se depararam com um casal discutindo na rua — o policial e a namorada, Gabrieli Daniel. O PM perguntou: “O que vocês estão rindo? VAZA!”. Logo depois, sacou a arma.
Os adolescentes saíram correndo, mas foram perseguidos por Ricker. Depois de alguns metros, o jogador percebeu que o policial havia parado e também parou de correr, mas foi atingido pelas costas.
“Esse jovem tinha um pré-contrato com um time de futebol, era um jogador promissor. Teve a carreira e o futuro interrompidos. Ele ficou com sequelas graves por causa do tiro”, pontou o promotor.
Durante o processo, o réu ainda tentou alegar que se tratava de uma tentativa de assalto. “Ele tenta, o tempo todo, criar um estereótipo de bandido para os jovens, porque, na cabeça dele, eram jovens com aparência de criminosos. Mas, na verdade, eram apenas jovens pobres, negros, de camiseta, chinelo e boné, andando pela cidade.”
O adiamento do Júri, segundo o promotor, ocorreu por causa de um conflito na tese de defesa.
Ricker Maximiano está preso desde a última segunda-feira (26), suspeito de ter assassinado a esposa, Gabrieli Daniel Souza, 31 anos, a tiros. Ela, inclusive, seria testemunha de defesa no Júri, o que também motivou o pedido de prisão preventiva, já aceito pela Justiça.
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