A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP), por meio de seus advogados, afirmou nessa sexta-feira (13.06) confiar na autonomia da Câmara dos Deputados e do governo italiano diante das investigações sobre seu pedido de extradição.
Em nota divulgada pelo “Blog do Fausto Macedo”, do jornal O Estado de S. Paulo, a defesa da parlamentar, composta pelo advogado criminalista Fábio Pagnozzi e pelo constitucionalista italiano Pieremilio Sammarco, citou o caso do italiano Cesare Battisti, a quem o Brasil concedeu asilo político mesmo com condenação definitiva na Itália.
Os advogados ressaltaram que Zambelli mantém seu mandato parlamentar no Brasil e possui dupla cidadania, brasileira e italiana. A defesa solicitou acesso à ordem de prisão e às comunicações oficiais entre o Brasil e a Itália sobre eventual pedido de extradição.
A nota também expressa preocupação com relatos de que a Polícia Federal teria conhecimento do paradeiro da deputada na Itália, enquanto autoridades italianas negam essa informação. Segundo os advogados, o caso será comunicado às autoridades italianas para apurar possíveis intervenções indevidas ou violações da soberania.
“Diante desse cenário, a defesa local, representada por Sammarco, comunicará imediatamente às autoridades italianas os fatos noticiados pela imprensa brasileira, a fim de que sejam apuradas eventuais condutas que possam configurar intervenção indevida, espionagem ou violação da soberania italiana”, diz trecho da nota.
A defesa ainda contestou informações sobre a inclusão de Zambelli na lista vermelha da Interpol e informou ter protocolado pedido para esclarecer sua real situação junto à organização internacional.
“No tocante às informações amplamente divulgadas pelos meios de comunicação e pelo embaixador do Brasil na Itália, Renato Mosca, sobre suposta inclusão da parlamentar na lista vermelha da Interpol, possível pedido de extradição e eventual prisão preventiva, a defesa manifesta estranheza e repudia qualquer tipo de especulação”, diz outro trecho do texto.
Na última quarta (11), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes encaminhou ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, o pedido de extradição de Zambelli. Na semana anterior, Moraes havia determinado a prisão preventiva da deputada.
Zambelli deixou o Brasil rumo à Itália após ser condenada pelo STF a 10 anos de prisão pelo envolvimento na invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2023. Na quinta-feira (12), o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), enviou à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) o pedido para cassar o mandato da deputada.
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