A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu nessa terça-feira (10.06) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de um inquérito para investigar o ex-ministro do Turismo Gilson Machado. Ele é suspeito de tentar ajudar Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), a obter um passaporte português e deixar o Brasil.
Segundo a Polícia Federal, Machado teria agido para atrapalhar as investigações sobre a tentativa de golpe de Estado. A PGR aponta indícios de obstrução de justiça, o que configura crime.
“A Polícia Federal apresenta elementos sugestivos de que o senhor Gilson Machado Guimarães Neto, que exerceu o cargo de Ministro de Estado do Turismo durante a gestão do então Presidente da República Jair Messias Bolsonaro, esteja atuando para obstruir a instrução da Ação Penal n. 2.688/DF e das demais investigações que seguem em curso”, diz a PGR.
De acordo com a PF, em 12 de maio, o ex-ministro tentou conseguir o passaporte para Cid no consulado de Portugal em Recife, sem sucesso. Mesmo assim, há suspeita de que ele poderia tentar novamente em outro consulado ou embaixada.
“Os fatos indicam que Gilson Machado esteja atuando para obstruir a instrução da Ação Penal n. 2.688/DF e das demais investigações que seguem em curso, possivelmente para viabilizar a evasão do país do réu Mauro Cesar Cid, com o objetivo de se furtar à aplicação da lei penal, tendo em vista a proximidade do encerramento da instrução processual”, cita a PGR em outro trecho do parecer.
A Procuradoria afirma que a intenção seria ajudar Mauro Cid a fugir do país antes do fim das investigações já em curso no STF. Por isso, pediu ao Supremo que autorize: buscas e apreensões na casa e com o próprio Gilson Machado; quebra de sigilos telefônico e de dados de internet, de janeiro a 5 de junho deste ano; envio das informações diretamente à Polícia Federal.
Agora, o andamento da investigação depende da análise do pedido por um ministro do STF.
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