A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o filho dele, vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) - ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) - por envolvimento no uso ilegal de um sistema de espionagem dentro da própria agência.
Ao todo, mais de 30 pessoas foram indiciadas. Entre elas está o atual chefe da Abin, Luiz Fernando Corrêa, acusado de tentar atrapalhar as investigações. Segundo a PF, computadores usados no esquema chegaram a ser escondidos por diretores da agência, mas acabaram sendo encontrados e apreendidos.
De acordo com o inquérito, os investigados usaram um programa israelense chamado FirstMile, que permite rastrear a localização de pessoas pelo celular. O sistema teria sido usado para espionar ilegalmente cerca de 10 mil pessoas entre 2019 e 2022, durante o governo Bolsonaro. Entre os alvos estavam jornalistas, políticos, advogados e críticos do governo.
O software foi comprado pela Abin em 2018, ainda no governo Michel Temer (MDB), em contratos que somam R$ 8,1 milhões.
Uma das principais provas da investigação é a gravação de uma reunião realizada em 25 de agosto de 2020, com a presença de Jair Bolsonaro, Alexandre Ramagem, o general Augusto Heleno (então ministro do Gabinete de Segurança Institucional) e duas advogadas do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente. O grupo discutia formas de monitorar auditores da Receita Federal que investigavam Flávio no caso das chamadas "rachadinhas".
A reunião foi gravada em áudio e encontrada pela PF em celulares e notebooks apreendidos com Ramagem, durante a operação Vigilância Aproximada. A gravação teve o sigilo retirado em 2023 por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
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