O procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet, arquivou o pedido de investigação contra o senador Plínio Valério (PSDB-AM) por uma declaração polêmica feita em março de 2025, durante um evento da Fecomércio no Amazonas. A fala ocorreu poucos dias após a participação da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em uma sessão da CPI das ONGs no Senado.
Durante o evento, ao comentar sobre a atuação de Marina na CPI, o senador afirmou: “Imagina vocês o que é ficar com a Marina seis horas e dez minutos sem ter vontade de enforcá-la?”.
Segundo o despacho publicado nessa segunda-feira (16.06), não há elementos que caracterizem crime. A fala foi analisada sob dois possíveis enquadramentos penais: constrangimento ilegal (artigo 146 do Código Penal) e ameaça (artigo 147 do Código Penal).
No entanto, Paulo Gonet entendeu que a ministra Marina Silva não foi forçada a agir contra a própria vontade, nem houve tentativa de interferência em seu comportamento, inexistindo o no caso o constrangimento.
Em relação à hipótese de ameaça, o procurador apontou que esse tipo de crime depende de representação da vítima para que a investigação possa ser aberta - o que não ocorreu neste caso. Também foi descartada a possibilidade de tratar o caso como violência de gênero ou violência doméstica, o que poderia justificar a abertura de uma ação penal mesmo sem representação.
No documento é citado que a equipe da Procuradoria realizou buscas nos sistemas internos para verificar se havia outros procedimentos sobre o mesmo fato. Nenhum registro foi encontrado, com exceção daqueles que possam estar sob sigilo.
Com base nessas análises, o procurador-geral determinou o arquivamento da denúncia.
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