O Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT), denunciou nessa quinta-feira (15.05), o policial militar Heron Teixeira Pena Vieira e o caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva pelo assassinato do advogado Renato Nery, em Cuiabá, em julho de 2024. O militar e o caseiro foram denunciados por homicídio qualificado, com agravantes de promessa de recompensa, perigo comum, dificuldade de defesa da vítima e idade avançada da vítima.
Ambos também foram acusados de fraude processual (por tentativa de ocultação de provas e obstrução das investigações) e organização criminosa. Além disso, o PM Heron foi denunciado por abuso de autoridade, por uso indevido do cargo.
Segundo o MPMT, o crime ocorreu em 5 de julho de 2024, em frente ao escritório do advogado, no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá. Alex, sob orientação de Heron, efetuou os disparos contra Renato Nery usando uma pistola Glock adaptada para tiros em rajada. A motivação do assassinato estaria ligada a disputas judiciais envolvendo terras e interesses financeiros.
As investigações indicam que Heron e Alex planejaram o homicídio com antecedência, monitorando a rotina da vítima. O crime foi cometido em via pública, colocando em risco a vida de terceiros. Após a execução, Alex teria destruído objetos usados na ação e trocado de celular várias vezes. A dupla ainda tentou ocultar a motocicleta usada na fuga.
A denúncia foi assinada pelos promotores de Justiça Élide Manzini de Campos, Rinaldo Segundo, Samuel Frungilo e Vinicius Gahyva Martins.
Denunciados
A Polícia Civil de Mato Grosso concluiu, na sexta-feira (09.05), a primeira etapa do inquérito que apura o homicídio do advogado Renato Nery. O PM Heron e o caseiro Alex Roberto foram indiciados pelo crime de homicídio qualificado pela promessa de recompensa e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
Vínculo com outro caso
Na segunda-feira (12), o MPMT também denunciou os policiais militares, sargento Jorge Rodrigo Martins, o cabo Wailson Alessandro Medeiros Ramos, e os soldados Wekcerlley Benevides de Oliveira e Leandro Cardoso pelo homicídio de Walteir Lima Cabral e pela tentativa de homicídio contra Pedro Elias Santos Silva e Jhuan Maxmiliano de Oliveira Matsuo Soma.
Os quatro foram denunciados por fraude processual — por adulteração da cena do crime para simular confronto armado — e por abuso de autoridade.
Os crimes ocorreram em 12 de julho de 2024, na região do Contorno Leste, próximo ao bairro Pedra 90, em Cuiabá. Segundo a investigação, apesar da alegação dos policiais de que houve troca de tiros, as vítimas estavam desarmadas e a cena foi manipulada para encobrir os verdadeiros fatos.
De acordo com o MP, Pedro, Walteir e Jhuan haviam roubado um veículo e foram perseguidos pela polícia. Durante a ação, Walteir foi executado, Pedro alvejado no peito e Jhuan conseguiu fugir. A arma usada pelos policiais foi apreendida e, segundo a perícia, também foi utilizada no assassinato do advogado Renato Gomes Nery.
Ainda segundo a denúncia, os homicídios — consumado e tentados — foram cometidos por motivo torpe (justiça com as próprias mãos), com recurso que dificultou a defesa das vítimas (ataque de surpresa) e com o objetivo de ocultar outros crimes (execuções ligadas a homicídios anteriores).
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