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VGNJUR Segunda-feira, 09 de Junho de 2025, 17:38 - A | A

Segunda-feira, 09 de Junho de 2025, 17h:38 - A | A

Em depoimento

Bolsonaro nunca chamou manifestantes, mas queria achar fraude, diz Mauro Cid

Bolsonaro buscava fraude nas urnas e recebeu pressões de empresários, diz Cid

Lucione Nazareth/VGNJur

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (09.06) que o ex-presidente nunca incentivou diretamente os acampamentos de apoiadores em frente a quartéis nem falou em forjar uma fraude nas urnas para tentar se manter no poder.

Por outro lado, segundo Cid, Bolsonaro sempre demonstrou desconfiança do sistema eleitoral. “Ele sempre buscava uma fraude, queria encontrar algo que justificasse um decreto, mas nunca apareceu nada”, disse.

Cid relatou que Bolsonaro dizia apenas que não tinha chamado os manifestantes, mas também não os mandaria embora: “Não fui eu quem chamou eles aqui, também não vou mandar ir embora”, teria dito o ex-presidente em conversas com apoiadores mais conservadores.

Durante o depoimento, o advogado de Bolsonaro, Celso Vilardi, questionou Cid sobre o uso de perfis falsos em redes sociais para falar com jornalistas. O militar negou e explicou que a conta citada nos autos (“gabrielar702”) pertence à sua esposa e é usada para seguir perfis da família.

O tenente-coronel também afirmou que não teve qualquer informação prévia sobre os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023: “Não tive nenhuma informação antecipada”, declarou.

Em outro momento da audiência, Cid contou que o ministro Alexandre de Moraes era alvo frequente de críticas e xingamentos por militares em reuniões informais: “Era conversa de bar. Tinha xingamentos, memes, figurinhas. Diziam: ‘Esse cara é um desgraçado’”, relatou. Moraes respondeu com ironia: “Só? Eu estou acostumado”, provocando risos na sala.

Um dos momentos mais marcantes do depoimento foi quando o advogado de Bolsonaro apresentou um áudio em que empresários, como Luciano Hang, pressionavam o então presidente a agir para evitar a posse de Lula. Moraes reagiu com sarcasmo: “Vai pedir aditamento da denúncia em relação aos empresários e ao Pazuello?”, referindo-se ao ex-ministro da Saúde.

Outro áudio, enviado por Cid a um general, mostrava que Bolsonaro não demonstrava disposição para tomar atitudes mais radicais. O ex-ajudante confirmou a autenticidade e disse que a gravação refletia o clima no Palácio da Alvorada: “Sabia que nada ia acontecer, mesmo com as pressões. Sem o apoio das Forças Armadas, não havia o que fazer”, afirmou.

Cid também explicou por que só revelou depois que recebeu dinheiro em uma caixa de vinho entregue pelo general Braga Netto. Segundo ele, acreditava que o valor era destinado a custear a vinda de manifestantes: “Na minha cabeça, era dinheiro para trazer mais gente para a manifestação. Não vi aquilo como algo criminoso”, disse.

O ministro Alexandre de Moraes então questionou se era normal receber dinheiro dessa forma. Cid respondeu: “Normal não seria. Mas naquele contexto, não vi nada demais.”

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