O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (06.08), em entrevista à agência Reuters, que não pretende ligar para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enquanto não sentir que há uma real disposição para diálogo. A declaração foi dada em meio à crise diplomática entre os dois países após o governo norte-americano anunciar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. A medida entrou em vigor hoje e afeta cerca de 35,9% das exportações do Brasil para os EUA, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).
Lula destacou que não vê sentido em tentar abrir conversas com Trump neste momento. “Pode ter certeza de uma coisa: o dia que a minha intuição me disser que o Trump está disposto a conversar, eu não terei dúvida de ligar para ele. Mas hoje a minha intuição diz que ele não quer conversar. E eu não vou me humilhar”, afirmou o presidente.
Os dois líderes, que são considerados rivais políticos, nunca conversaram diretamente. Diante da decisão de Trump de impor a sobretaxa de forma unilateral, o governo brasileiro anunciou que pretende discutir o assunto com o Brics, grupo formado por países em desenvolvimento, como China, Rússia e Índia, além do Brasil.
A nova tarifa, a mais alta já imposta pelos Estados Unidos contra o Brasil, tem uma lista de exceções, como suco de laranja, aeronaves civis, petróleo, veículos e peças, fertilizantes e produtos energéticos. No entanto, produtos importantes como carne e café estão entre os mais afetados.
Questionado sobre a gravidade da situação, Lula evitou comparações com outros períodos históricos, mas apontou a postura de Trump como causa da crise. “Vamos colocar as coisas do jeito que elas aconteceram. O presidente Trump, categoricamente e publicamente, é contra o multilateralismo. Ele prefere o unilateralismo. Prefere negociar país com país, em vez de negociar por meio da OMC (Organização Mundial do Comércio)”, explicou.
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