O presidente estadual do MDB, Carlos Bezerra, criticou duramente o governador Mauro Mendes (União), e confirmou o rompimento político entre o partido e a atual gestão estadual. Em entrevista à imprensa nesta quarta-feira (06.08), Bezerra afirmou que a legenda foi “enxotada” do Governo, apesar das expectativas de ocupar dois espaços na administração.
“Esperávamos duas Secretarias, mas acabamos perdendo até a única que tínhamos. Fomos enxotados”, declarou o ex-parlamentar e líder histórico do MDB no Estado.
Bezerra também sugeriu que o vice-governador — sem citar diretamente o nome de Otaviano Pivetta (Republicanos) — teria atuado para distanciar o partido do núcleo de decisões do Governo. “Um cara complicado”, limitou-se a dizer.
Outro fator apontado para o distanciamento foi o tratamento dispensado à deputada estadual Janaína Riva (MDB), uma das principais vozes da legenda na Assembleia Legislativa. Questionado se esse foi um dos motivos do rompimento, Bezerra respondeu: “Também, mas eu não quero entrar nesse varejo aí”.
Bezerra também admitiu que o partido tem mantido conversas com o PL. Questionado se uma aliança entre o MDB, historicamente de centro a centro-esquerda, e o PL, alinhado à direita, não seria incoerente, Bezerra minimizou a divergência ideológica.
“O MDB já se alinhou com o PL em vários lugares do Brasil. Inclusive em São Paulo, na capital, eles nos apoiaram. Acho que temos que ver o interesse de Mato Grosso e a composição possível”, declarou.
O líder emedebista frisou que eventuais alianças devem ser discutidas em 2026, mas confirmou que o diálogo com o senador Wellington Fagundes (PL) está em andamento. “Estamos bem, trocando figurinha com ele”, disse.
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