Credores do produtor rural, Leonardo Schmitt, que atua em Brasnorte (a 580 km de Cuiabá), protocolaram na Justiça pedido de rejeição ao plano de recuperação judicial , alegando diversas ilegalidades no processo, inclusive a proposta de 85% de desconto, com pagamento em 10 anos, o que segundo os credores, significaria “perdão da dívida”. Entre os credores que rejeitaram o plano, constam: a empresa Amaggi Exportação e Importações, com crédito na ordem de R$ 11 milhões, a Família Birk, de Santa Catarina, com crédito de R$ 8,2 milhões e o advogado Dieggo Bruno, com crédito de R$ 4,8 milhões.
Consta dos autos, que Leonardo Schmitt, que iniciou suas atividades em Brasnorte em 1987, entrou com pedido de recuperação judicial, apontado que acumulou ao longo dos anos dívidas, principalmente após “crises econômicas globais, perda da produção em razão da variação climática, necessidade de reestruturação tecnológica e dificuldades com logística”. A dívida apresentada junto a 4ª Vara Cível de Sinop, foi no valor de R$ 46 milhões.
Segundo o processo, os credores argumentam que a única posição data pelo plano de recuperação judicial, é que os recuperandos não sabem o que irão fazer com o seu passivo e esperam que os credores, que já aguardando há meses o recebimento de seu crédito, aprove uma proposta de deságio de 85%, com carência de 36 meses e saldo adimplido em 10 parcelas anuais no mês de outubro de cada ano.
"O plano de recuperação apresentado é inviável e torna inevitável a convolação da recuperação judicial em falência" alegam os credores.
Para os credores, o deságio de 85%, "portanto, se mostra completamente desarrazoado, não justificado, já que beira ao perdão quase completo da dívida, sem que existam indícios de que os Recuperandos [Leonardo] estejam em situação extrema de crise-econômica ou uma justificativa que permita um desconto tão elevado".
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