A lutadora de karatê Thalita Rodrigues de Miranda, mulher trans, manifestou, em entrevista exclusiva ao , indignação e tristeza diante da Lei Municipal n° 7.355/2025 – que determina que somente o sexo biológico seja considerado critério para definição de gênero em competições esportivas oficiais, de autoria do vereador Rafael Ranalli (PL) e sancionada pelo prefeito Abilio Brunini (PL).
A norma estabelece multa de R$ 5 mil para entidades, clubes ou federações que descumprirem a regra. Além disso, prevê que o atleta trans que omitir sua condição responderá por doping e poderá ser banido do esporte.
“É com muita tristeza e angústia no coração que recebo essa notícia que nos invalida até como ser humanos. Pode impactar a vida de muitas pessoas trans, porque causa a exclusão dos nossos direitos de participar e competir nos esportes e nos invalida mentalmente e fisicamente”, desabafou Thalita.
A atleta destacou que sua modalidade não envolve contato físico direto, o que torna ainda mais injusta a generalização da proibição. “No meu caso, eu não tenho contato físico. As modalidades que participo no karatê são apenas demonstrações de técnicas. Gostaria que a Prefeitura e os organizadores das competições pudessem estudar e entender mais sobre a disposição física de uma pessoa trans, que passa por tratamento hormonal e por um processo transitório antes de competir”.
Thalita defende a criação de categorias específicas ou a análise caso a caso, especialmente em esportes de contato físico, para garantir inclusão e justiça.
“Em vez de remover pessoas trans do campeonato, poderiam ser criadas categorias próprias, onde todos pudessem participar sem exclusão. A melhor forma e justa não é banir, mas analisar os esportes e categorias que têm contato físico, assim faremos inclusão social e nos sentiremos mais acolhidas pela sociedade, pelo esporte e pelo Governo”.
A justificativa apresentada pelo prefeito é a de evitar que mulheres sejam prejudicadas em competições com atletas trans. “Assim como não aceitamos que uma mulher seja agredida por um homem, também não podemos permitir que haja disputa desproporcional no esporte”, afirmou Brunini.
Leia matérias relacionadas
Abílio cria Dia dos CACs, obriga festas escolares para pais e mães e proíbe atletas trans no esporte
Prefeito rebate ação judicial e afirma que lei tem base científica
Associação LGBTQIA+ e Defensoria processam Prefeitura por lei contra atletas trans
Siga o Instagram do VGN: (CLIQUE AQUI).
Participe do Canal do VGN e fique bem informado: (CLIQUE AQUI).