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Cidades Domingo, 28 de Setembro de 2025, 20:00 - A | A

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"Não é muito doloroso sair de VG"

Declaração de Mendes sobre vítimas em VG revolta em Estado campeão de feminicídio

Governador disse que não é doloroso atravessar de Várzea Grande a Cuiabá para registrar ocorrência

Gislaine Morais/VGN

O governador Mauro Mendes (União) afirmou que não considera doloroso para uma mulher vítima de violência doméstica em Várzea Grande atravessar a ponte até Cuiabá para registrar boletim de ocorrência. A declaração, feita ao justificar porque não pretende transformar a Delegacia da Mulher de Várzea Grande em unidade 24 horas, repercutiu negativamente entre parlamentares e população.

“Não é muito doloroso sair de Várzea Grande e vir para Cuiabá. Nós estamos em um Estado muito grande, o governo não consegue manter uma delegacia 24 horas em todos os municípios. Seriam necessários quase 700 delegados, e isso tem um custo muito alto para a sociedade. Por isso precisamos de razoabilidade”, disse Mendes.

Atualmente, a unidade de Várzea Grande funciona apenas em horário comercial. O governador argumentou que o custo de manter plantões em todos os municípios, inviabiliza a medida.

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Nos comentários da reportagem publicada pelo no Instagram, o público reagiu com indignação. Entre as manifestações políticas, os deputados do PT Valdir Barranco e Edna Sampaio contestaram a fala.

Barranco afirmou: “É exatamente por culpa do governo dele e de falas como essa que Mato Grosso é líder nacional em feminicídio. Toda minha solidariedade às mulheres de Várzea Grande”.

Já Edna Sampaio classificou a declaração como “lamentável” e acrescentou: “A arrogância e a insensibilidade com os mais vulneráveis não vão gerar políticas públicas para protegê-los. O governo tira dos pobres para financiar bilionários e fica irritado com a mulher que é vítima de violência e que não atravessa o rio Cuiabá para fazer um BO e evitar que seja morta”.

Entre os comentários de moradores, destacaram-se críticas ao “descaso com a segurança pública e principalmente com as mulheres”. Uma leitora questionou: “Não custa nada para você que anda de jatinho, agora para uma mulher machucada, como vai atravessar a cidade?”. Outro comentário lembrou que Mato Grosso ocupa posição de destaque nas estatísticas de feminicídio.

Também houve manifestações defendendo maior representatividade feminina na política. “Mulheres, em 2026, precisamos votar exclusivamente em mulheres, para a Assembleia Legislativa, Senado e Câmara Federal”, escreveu uma internauta.

As falas também chegaram à primeira-dama Virginia Mendes, que costuma se posicionar contra a violência de gênero nas redes sociais. Seguidores cobraram dela manifestação sobre a fala do governador.

O episódio evidenciou a insatisfação com a falta de estrutura de atendimento especializado em Várzea Grande, segunda maior cidade do Estado, e reforçou as cobranças por políticas mais efetivas de proteção às mulheres.

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