O juiz Marcos Faleiros da Silva, da 11ª Vara Especializada da Justiça Militar, acolheu denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) e tornou réu a tenente do Corpo de Bombeiros, Izadora Ledur de Souza Dechamps, pelo crime de tortura contra outro aluno que participou do mesmo treinamento de Rodrigo Claro, em novembro de 2016, em Cuiabá. Rodrigo Claro na oportunidade acabou falecendo. A decisão consta do Diário da Justiça Eletrônico (DJE) que circula nesta terça-feira (08.02).
“Havendo nos autos materiais probatório mínimo e potencialmente apto a deflagrar a persecução penal, RECEBO A DENÚNCIA oferecida pelo Ministério Público contra a acusada 1º Ten BM Izadora Ledur de Souza Dechamps, uma vez que preenchidos os requisitos do artigo 77 do Código de Processo Penal Militar (CPPM) e inocorrentes as hipóteses do artigo 78 do mesmo Codex, que autorizam sua rejeição”, diz trecho do despacho.
De acordo com a denúncia, a suposta tortura teria sido cometida contra o aluno Maurício Júnior dos Santos nas aulas da disciplina de salvamento aquático do 15º Curso de Formação de Soldado do Corpo de Bombeiros realizado na Lagoa Trevisan.
Consta dos autos, que no dia do treinamento após percorrer cerca de 40 metros, a vítima começou a sentir câimbras, sendo auxiliada por outros alunos, tendo inclusive recebido uma boia ecológica. Porém, ao chegar o meio do percurso, Izadora Ledur determinou que os demais alunos seguissem com a travessia, deixando o Maurício para trás.
“A partir daí, como forma de aplicar castigo pessoal, a denunciada passou a torturar física e psicologicamente a vítima, quando, além de proferir palavras ofensivas, utilizando a corda da boia ecológica iniciou uma sessão de afogamentos, submergindo-a por diversas vezes. Ato contínuo, após alguns caldos, o ofendido já sem forças para emergir e respirar, depois de ter engolido muita água e gritado por socorro, veio a segurar os braços da imputada 1º Tem BM Izadora Ledur de Souza Dechamps, implorando para que ela cessasse a atividade”, diz outros trechos da denúncia.
Ainda, segundo a ação, a sessão de afogamento só foi interrompida quando a vítima perdeu a consciência. Posteriormente, ainda tentando se recuperar nas margens da lagoa, o aluno escutou Ledur chama-lo aos gritos para retornar ao treinamento.
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