O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro determinou, nesta quinta-feira (15.05), o afastamento imediato de Ednaldo Rodrigues do cargo de presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A decisão ocorreu após indícios de falsificação na assinatura do ex-presidente da entidade, Antônio Carlos Nunes de Lima, o Coronel Nunes, em documentos que teriam legitimado a permanência de Ednaldo no comando da CBF.
O caso foi levado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela deputada federal Daniela do Waguinho (União Brasil), que apresentou uma perícia apontando a falsificação. Em resposta, o ministro do STF, Gilmar Mendes, decidiu não afastar imediatamente Ednaldo Rodrigues, mas determinou que o Tribunal de Justiça do Rio conduzisse uma apuração “imediata e urgente” sobre os fatos.
O desembargador Gabriel de Oliveira Zéfino, responsável pelo caso no TJ-RJ, convocou o Coronel Nunes para prestar esclarecimentos. No entanto, por meio de seu advogado, Nunes informou que não poderia comparecer devido a problemas de saúde. O magistrado destacou que a capacidade mental do ex-dirigente está comprometida desde 2018, quando foi diagnosticado com câncer no cérebro.
Diante desse contexto, o TJ-RJ determinou o afastamento de Ednaldo Rodrigues e a nomeação de um interventor: Fernando Sarney, um dos vice-presidentes da entidade, que já tomou posse. A Justiça ordenou, ainda, que ele convoque novas eleições “no menor prazo possível”.
Defesa de Ednaldo contesta e pede retorno ao cargo
Antes de ser afastado, Ednaldo Rodrigues falou com jornalistas em Assunção, no Paraguai, durante o congresso da Conmebol. Ele garantiu a autenticidade da assinatura do Coronel Nunes e negou qualquer irregularidade.
“Com certeza absoluta, foi o diretor jurídico da CBF que conduziu todo o procedimento, com respaldo e autonomia. O Coronel Nunes assinou na presença da esposa, Dona Rosa, e da filha, que também é advogada. Isso ocorreu lá na IBEI”, declarouEdnaldo.
A defesa de Ednaldo Rodrigues já protocolou um pedido ao STF para anular a decisão do Tribunal de Justiça do Rio. O caso pode, mais uma vez, ser revertido pelo Supremo, como ocorreu em dezembro de 2023, quando Ednaldo também foi afastado, acusado de irregularidades na eleição que o conduziu ao comando da entidade.
Na ocasião, ele foi reconduzido ao cargo por decisão monocrática do ministro Gilmar Mendes.
Interventor garante continuidade na gestão e contratação de técnico
O interventor Fernando Sarney, filho do ex-presidente José Sarney, afirmou que pretende convocar novas eleições o mais rápido possível. Ele garantiu que a transição não afeta os planos da CBF, incluindo a contratação do técnico italiano Carlo Ancelotti, já acertada para comandar a seleção brasileira.
“Não muda nada no planejamento da seleção. Nosso foco agora é cumprir a determinação da Justiça e organizar o processo eleitoral com a máxima transparência”, afirmou Sarney.
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