A Justiça Federal recebeu denúncia contra quatro indígenas da etnia Xavante, pelo assassinato do indígena Severino Tsaridu Xavante, ocorrido na noite do dia 10 de março deste ano, na Terra Indígena Areões, localizada no município de Nova Nazaré (a 800 km de Cuiabá).
Tornaram-se réus Ary Maraiho, Anderson Siruia, Humberto Sa Eomo Wad Tserehibru Xavante e Jair Simrihu. Eles são acusados de homicídio qualificado por motivo fútil, com emprego de meios cruéis e que impossibilitaram a defesa da vítima.
Na decisão, ainda foi negado pedido do Ministério Público Federal (MPF), autor da ação penal, para prender Ary Maraiho, apontado como o responsável por arregimentar o grupo que agrediu a vítima. Por discordar da decisão, o MPF recorreu, pois entende que a decisão vai contra a posição firmada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal, o carro em que estava Severino e outros quatro indígenas enguiçou na estrada de acesso à Aldeia Dois Galhos e aldeias vizinhas. Como a passagem ficou interrompida, a vítima e os demais ocupantes do veículo foram abordados por alguns indígenas das Aldeias Pequi e Cachoeira, entre eles o acusado Ary Maraiho, que aparentava estar sob efeito de álcool e teria dado início a uma discussão.
Consta dos autos, que Maraiho foi até sua aldeia e voltou em companhia de outros indígenas, que se reuniram no local onde estava Severino e o espancaram até a morte com socos, chutes e golpes de borduna (arma indígena), Severino Tsaridu Xavante, na presença de seu filho de 17 anos e do irmão da vítima que também foram agredidos para que não defendessem Severino.
As investigações mostraram que, após a morte, os agressores ainda impediram de chegar próximo ao corpo por um tempo, tanto o irmão da vítima como o filho.
Na denúncia, o MPF aponta que o homicídio não teria sido motivado apenas pela interrupção do fluxo na estrada pelo veículo estragado, mas por disputas relacionadas à comercialização ilegal de madeira nas terras indígenas.
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