A Justiça Eleitoral negou um pedido da defesa do prefeito de Sorriso, município a 397 km de Cuiabá, Alei Fernandes (União), que queria mais tempo para responder à investigação sobre caixa dois na campanha de 2024. A juíza da 43ª Zona Eleitoral, Emanuelle Chiaradia Navarro Mano, manteve o prazo comum de dois dias para todas as partes se manifestarem sobre os documentos do processo. A decisão consta no Diário da Justiça Eletrônico (DJE) que circula nesta segunda-feira (30.06).
A ação foi movida por Leandro Damiani (MDB), que disputou a eleição, com apoio do Ministério Público Eleitoral (MPE).
Alei é investigado junto com Acácio Ambrosini e Nei Francio. Eles alegam que o prazo comum prejudica a defesa, mas a juíza Emanuelle Chiaradia Navarro afirmou que a lei prevê esse tipo de prazo e não houve prejuízo comprovado.
A investigação começou dias antes das eleições, quando a Polícia Federal apreendeu R$ 300 mil em dinheiro vivo com o agricultor Nei Frâncio, apoiador de Alei, na BR-163, em Sorriso, no dia 3 de outubro.
Segundo o Ministério Público Estadual (MPE), a análise do celular de Nei revelou mensagens que indicam um possível esquema de arrecadação ilegal para a campanha. Ele atuava como coordenador financeiro informal, pedindo doações a empresários sem qualquer registro oficial.
Em uma das conversas, o empresário Atilio Elias Rovaris, apontado como articulador da campanha, orienta Nei a buscar um envelope em Várzea Grande com uma pessoa identificada como W.J.S. A PF descobriu que o dinheiro foi retirado na sede da empresa L.R.D.C.P. Ltda., no bairro Jardim Glória I, e levado para Sorriso.
Para o MPE, os R$ 300 mil apreendidos seriam usados para abastecer o caixa dois da campanha de Alei.
Com isso, a investigação segue normalmente. Se for comprovado o uso de dinheiro não declarado, o prefeito pode perder o mandato.
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