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VGNJUR Segunda-feira, 29 de Setembro de 2025, 19:37 - A | A

Segunda-feira, 29 de Setembro de 2025, 19h:37 - A | A

EXCLUSIVO

Solto por R$ 6 mil, empresário volta a agredir ex que pediu retirada de tornozeleira e medida protetiva

Vítima havia pedido revogação de medidas protetivas e voltado a conviver com agressor

Edina Araújo/VGNJUR

O empresário Guilherme Vinissius Cervo, 32 anos, foi preso na manhã desta segunda-feira (29.09) acusado de agredir brutalmente sua ex-companheira em Lucas do Rio Verde, a 330 km de Cuiabá. Esta é a segunda detenção do empresário pelo mesmo crime: violência doméstica contra a mesma vítima.

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De acordo com o processo judicial ao qual o portal teve acesso, em fevereiro de 2025, Cervo já havia sido preso em flagrante por ameaçar de morte M.J.A.T., 31 anos, sua ex-companheira, com quem manteve relacionamento por aproximadamente 12 anos.

Na ocasião, ele enviou mensagens via WhatsApp com ameaças explícitas de feminicídio: "Eu vou acabar com minha vida, mas acabo com a sua" e "Mas outra pessoa não vai ter você viva. Eu morro, mas você vai junto. Não é ameaça, isso é a realidade."

Além das ameaças de morte, os documentos registram uma série de mensagens com xingamentos: "filha da puta", "vadia vagabunda", "desgraça" e "prostituta". A vítima relatou à polícia que o casal estava separado havia oito meses e que o empresário não aceitava o fim do relacionamento.

Liberdade provisória e medidas cautelares

Após a prisão em flagrante, em 24 de fevereiro, o empresário passou por audiência de custódia no dia seguinte. O juiz Fábio Petengill, da 2ª Vara Criminal de Lucas do Rio Verde, concedeu liberdade provisória mediante fiança de R$ 6 mil e imposição de medidas cautelares rigorosas: cumprimento integral das medidas protetivas de urgência; comparecimento mensal em juízo; monitoramento eletrônico por tornozeleira e recolhimento domiciliar das 20h às 5h.

Na decisão, o magistrado considerou que o crime de ameaça possui pena branda e que, naquele momento, não havia elementos suficientes para a decretação da prisão preventiva, uma vez que o empresário não possuía condenações penais anteriores.

O ciclo da violência: reconciliação e revogação das medidas

Menos de três semanas depois, em 13 de março, a própria vítima protocolou na Justiça um pedido de renúncia à representação criminal e solicitou a revogação das medidas protetivas. Na petição, M.J.A.T. declarou que o casal havia retomado a convivência e pediu a retirada da tornozeleira eletrônica do ex-companheiro, alegando que o equipamento estava prejudicando suas atividades profissionais na empresa.

Nova prisão: porte ilegal de arma de fogo

Entre julho e agosto de 2025, Guilherme foi preso novamente, desta vez em flagrante por porte ilegal de arma de fogo. Segundo informações apuradas, o empresário estava em seu estabelecimento comercial exibindo a arma para clientes de forma intimidadora quando foi detido. Após pagar fiança, ele foi liberado.

Nova medida protetiva deferida em setembro

Apesar da reconciliação em março, a vítima voltou a solicitar medidas protetivas de urgência contra o empresário. O pedido foi deferido pelo juiz no dia 24 de setembro, estabelecendo novas restrições ao empresário. No entanto, a medida só passou a ter validade após a intimação formal do acusado, que ocorreu apenas nesta segunda-feira (29) na prisão.

Fontes da Vara Criminal de Lucas do Rio Verde confirmaram que a intimação da medida protetiva coincidiu com a data da prisão por conta da nova agressão, mas esclareceram que a detenção não se deu por descumprimento da medida, já que ela ainda não estava em vigor.

Agressão brutal registrada por câmeras

No final da tarde de domingo (28), apenas um dia antes de ser intimado da nova medida protetiva, Guilherme voltou a agredir a ex-companheira, desta vez com violência física brutal, registrada por câmeras de segurança.

As imagens mostram a vítima parada sobre uma motocicleta, próxima ao meio-fio, quando o empresário chega em uma caminhonete. Ao perceber que ele estacionaria, a mulher desce da moto e tenta se afastar — um sinal claro de que ela temia sua presença.

O agressor, no entanto, sai do veículo e passa a persegui-la pela via pública. Durante a fuga, a vítima cai na calçada e é violentamente atacada. O empresário desfere chutes, segura-a pelo capacete e a joga ao chão repetidamente.

As agressões só cessam quando um motorista para o carro e intervém para socorrê-la, demonstrando a importância da ação de testemunhas em casos de violência.

Fuga e prisão

Após o ataque, Guilherme fugiu do local. A Polícia Civil iniciou as buscas assim que as imagens das câmeras de segurança foram encaminhadas à delegacia.

O empresário foi localizado na manhã desta segunda-feira (29), escondido em uma região de mata no município de Sorriso, vizinho a Lucas do Rio Verde. Segundo informações da polícia, o suspeito ainda vestia a mesma roupa usada no momento do crime e permanecia escondido na mata desde que deixou a cena da violência.

Segundo apuração junto a fontes da Vara Criminal, o auto de prisão em flagrante ainda não havia sido protocolado até o final da tarde desta segunda-feira. A Delegacia de Lucas do Rio Verde deve protocolar os autos no plantão judiciário, geralmente após as 19h, com isso o caso deve ser encaminhado ao juiz plantonista.

O empresário deverá passar por audiência de custódia ainda nesta terça-feira (30), quando será decidido sobre a manutenção ou não da prisão.

Manifestações

A reportagem do entrou em contato com a vítima, que se limitou a informar que não estava em condições de falar e que não desejava se manifestar no momento.

Conforme informações da Delegacia de Lucas do Rio Verde, o empresário não tem advogado.

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