O juiz da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Jean Garcia de Freitas Bezerra, condenou Henrique Joaquim Lopes Nascimento Ramos Gregório e Lucas Gabriel Dourado Borges a 9 anos, 7 meses e 15 dias de prisão, cada um, por envolvimento com o Comando Vermelho em Campo Verde (139 km de Cuiabá). Ambos cumprirão a pena em regime fechado.
A decisão foi proferida na última sexta-feira (09.05) e se baseia em provas e depoimentos que revelam que os dois agiram sob ordens da facção para roubar um veículo Toyota Corolla branco. A ação fazia parte de uma punição interna da organização, conhecida como "salve", aplicada contra um homem identificado apenas como Denilso.
Segundo o processo, ele estaria vendendo drogas adquiridas de outras cidades, sem autorização do grupo. Henrique admitiu fazer parte do Comando Vermelho há cerca de cinco meses e contou ter uma dívida de R$ 4 mil com a facção, relacionada à compra de pasta base. A ordem para buscar e abandonar o veículo foi recebida por telefone enquanto ele e Lucas estavam juntos em uma casa no bairro Santa Rosa, em Campo Verde.
Conforme o depoimento, o carro deveria ser pego próximo a uma praça e deixado em um local indefinido na BR-070, sentido Primavera do Leste. A ordem, segundo Henrique, partiu de um membro da facção conhecido como "Sabiá". O recado era claro: se não cumprissem a missão, eles também seriam punidos com um "salve".
Lucas confirmou que estava com Henrique no momento da ligação e que também devia R$ 4 mil em drogas. Ele afirmou não ser “batizado” na facção, mas acompanhou a ação como parte da cobrança.
Na decisão, o juiz Jean Garcia de Freitas destacou que o simples fato de ambos receberem ordens da facção e agirem conforme suas regras já caracteriza envolvimento com o crime organizado, mesmo sem formalização do vínculo.
Com base nas provas, os dois foram condenados por associação criminosa e roubo qualificado com restrição de liberdade da vítima. A Justiça também negou o direito de recorrer em liberdade, considerando a gravidade dos crimes e a ausência de qualquer mudança na situação dos réus.
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