O delegado Geordan Antunes Fontenelle Rodrigues, preso na quarta-feira (17) durante a Operação Diaphthora, é acusado de ter cobrado propina de R$ 10 mil para garantir acomodações especiais na delegacia de Peixoto de Azevedo (a 672 km de Cuiabá), para um empresário detido na Operação Hermes.
Consta dos autos que o empresário Antônio Jorge Silva Oliveira, um dos alvos da Operação Hermes II, que apura o tráfico ilegal de mercúrio, foi preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo em novembro de 2023. Após sua prisão, ele foi encaminhado para Delegacia de Peixoto de Azevedo, onde Geordan atuava, e lá, interceptações telefônicas revelaram que o delegado negociou uma "diária" elevada para uma cela exclusiva.
O valor de R$ 10 mil cobrado do empresário, garantiu que ele ficasse acolhido em um alojamento exclusivo para policiais plantonistas, durante sua “estadia” na delegacia.
Durante a Operação Diaphthora, diálogos interceptados entre Rodrigues e os investigadores Marcos e Gefferson, sugerem que a cobrança de diárias caras para “celas VIP” era uma prática comum. O inquérito revelou ainda que eles comemoravam os lucros obtidos ilegalmente, antecipando um fim de semana "top".
As interceptações telefônicas durante a investigação mostraram, ainda, que o delegado discutiu abertamente sobre o preço das acomodações, indicando um claro abuso de poder e corrupção dentro da delegacia, onde também coordenava reuniões para tratar de solicitações de vantagens indevidas de empresários locais. Leia mais: Delegado usava delegacia como “gabinete do crime”, aponta investigação
A informação veio à tona após a Operação Diaphthora, que expôs uma rede criminosa envolvendo membros da Polícia Civil, advogados e garimpeiros, e resultou em diversas prisões e buscas. Leia mais: Delegado e investigador da polícia são alvos de operação em MT
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