A eleição da Unimed de Cuiabá terminou, mas o “inferno astral” do ex-presidente Rubens de Oliveira, vai começar, assim que a auditoria contratada pela atual gestão apresentar os resultados. A análise é de uma fonte consultada pela reportagem do .
Segundo a fonte, um cooperado, ouvido pela reportagem, confidenciou, que no último dia 04 de março, a Assembleia Geral Ordinária da Unimed foi encerrada de maneira inesperada, “melancólica de um final de gestão desastrosa, perseguidora e com um dos maiores endividamentos da história da Cooperativa Unimed Cuiabá, sob a gestão do médico Rubens Carlos de Oliveira”.
Ainda, segundo a fonte, o ex-presidente sempre agiu de forma arbitrária, sem ouvir ninguém, e tomou algumas atitudes prejudiciais à saúde financeira da Unimed. “Veja o absurdo, Rubens construiu o Espaço Cuidar sem aprovação de Assembleia Geral, ou seja, sem a aprovação dos cooperados, decidiu de uma só vez abrir uma rede de laboratório própria e que depois foi vendida para a concorrência. Não bastasse, decidiu também, unilateralmente, transformar o Espaço Cuidar em Hospital. Essas medidas detonaram o já combalido caixa da Cooperativa que teve que buscar empréstimos no mercado para tentar cobrir o rombo e o endividamento inerente a essas ações”.
Conforme confidenciou o cooperado, o desespero para tentar esconder o estrago foi tão grande, que a própria colaboradora da Unimed responsável pela contabilidade da Cooperativa admitiu em Assembleia, ter sido coagida a assinar o balanço da forma que estava, numa tentativa frustrada e desesperada da ex-gestão de maquiar a real situação da Cooperativa. Fato este que corroborou ainda mais com a reprovação das contas do exercício 2022.
“Nesse momento está em curso uma Auditoria que pretende evidenciar para a atual gestão da Unimed e, principalmente, para os seus cooperados o tamanho do estrago. Todos os 1400 cooperados da Unimed querem saber a real situação financeira, contábil e patrimonial da Unimed Cuiabá”, enfatizou o cooperado que pediu para não se identificar até que a auditoria seja concluída.
Todos os 1400 cooperados da Unimed querem saber a real situação financeira, contábil e patrimonial da Unimed Cuiabá”
Os cooperados da Unimed acreditam que a gestão do atual presidente eleito, Dr Bouret terá muito trabalho para recolocar a Unimed Cuiabá nos trilhos novamente.
Manobra - A eleição para a nova diretoria da Unimed Cuiabá, foi num clima tenso e acirrado entre as duas chapas (1 e 2). A chapa 1 liderada pelo ex-presidente, Rubens Carlos de Oliveira, e a chapa 2, pelo médico Carlos Bouret.
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Rubens de Oliveira recorreu à Justiça para barrar a chapa 2, vencedora. Segundo a defesa da chapa 2, o ex-presidente tentou ganhar no “tapetão”, mas perdeu.
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Rubens Oliveira acionou à Justiça alegando não serem verdadeiras as assinaturas dos médicos Lia Rachel Chaves do Amaral Pelloso e Renam Urt Mansur Bumlai no pedido de inscrição da chapa 2. Porém, a tentativa de impugnação da chapa adversária, por meio do pedido de produção antecipada de provas, foi negada pelo juiz Alexandre Elias Filho, da 8ª Vara Cível de Cuiabá.
Com a decisão, a chapa 2 reagiu e classificou como tentativa de ‘tapetão’, a ação proposta pela chapa 1, que solicitou a perícia grafotécnica oficial nas assinaturas dos médicos que compõem a chapa liderada por Bouret. A Justiça negou fraude em assinaturas e manteve oposição na disputa pela Presidência da Unimed, que acabou vencendo.
"Pedalada fiscal" - O Sindicato de Serviços de Saúde do Estado de Mato Grosso (Sindessmat), em 2021, já havia manifestado preocupação com os indícios de pedalada fiscal supostamente cometidos pela então direção da Unimed Cuiabá, que apontava prática de maquiagem contábil, feita a partir de uma manobra na qual as unidades de saúde deveriam gerar nota fiscal com valor até 60% a menor que o correspondente ao contratado pelos serviços prestados.
As empresas contratadas pela Unimed Cuiabá para prestar serviços de saúde aos seus usuários receberam no final de setembro de 2021, um demonstrativo no qual a Unimed Cuiabá pagaria por meio de nota fiscal de 30% a 60% menos do que o valor devido. Diante desta solicitação, o Sindessmat recebeu a informação de que as empresas foram orientadas pela Unimed Cuiabá, via e-mail, a gerar nota fiscal de valor menor do que o devido e o pagamento parcial foi feito no dia 30 de setembro último.
Ao questionar a Unimed Cuiabá sobre o recebimento do restante dos valores, as empresas credenciadas receberam a promessa informal de que “seria feito o pagamento da diferença” – sendo esse valor lançado na forma de adiantamento ao prestador e não como serviço prestado, como deveria ser.
Preocupado com cenário, o Sindessmat noticiou o fato ao Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPE) e à Agência Nacional de Saúde (ANS), para que averiguassem a situação da maior operadora de saúde do Estado de Mato Grosso, que possui mais de 240 mil beneficiários.
Visto que os sérios indícios apontavam maquiagem contábil pela operadora. Neste sentido, o Sindessmat pediu que o MPE e a ANS averiguem a realidade dos fatos. Em uma eventual inadimplência da Unimed Cuiabá colocava em risco todo o setor de saúde privada do Estado, que detém mais de 60% no número de usuários de plano de saúde em Cuiabá.
"Nossa preocupação é resguardar o direito das empresas de saúde, dos cooperados e, principalmente, das pessoas que pagam o plano para continuar recebendo o tratamento de saúde adequado", manifestou o Sindicato de Serviços de Saúde do Estado de Mato Grosso (Sindessmat), à época oportunidade.
Outro lado – A reportagem do entrou em contato com o médico Rubens de Oliveira, pelo aplicativo WhatsApp, mas não houve retorno até o fechamento da matéria – mas o espaço segue aberto para manifestação.
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