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Política Quinta-feira, 18 de Agosto de 2016, 17:00 - A | A

Quinta-feira, 18 de Agosto de 2016, 17h:00 - A | A

Camaleão

“Ração”, “foto” e “sal” eram apelidos de propina cobrada por Walace em sua gestão, aponta MP

Rojane Marta/VG Notícias

O ex-prefeito de Várzea Grande, Walace Guimarães (PMDB) foi denunciado nesta quinta-feira (18.08) à Quarta Vara Criminal da Comarca de Várzea Grande, pelos crimes de corrupção passiva, ativa e estelionato. A denúncia foi feita pelo Ministério Público do Estado (MPE), em desdobramento da Operação Camaleão, deflagrada em 2014, na gestão de Walace.

Na ação, o MP pede que Walace, o empresário José Henrique Carneiro Carvalho, o ex-servidor do município Raphael dos Santos Rondon, o engenheiro civil Claudio Adalberto Salgado e o também engenheiro civil Hercules de Paula carvalho – todos denunciados -, indenizem o município em R$ 1.019.878,31 e ainda, pague R$ 1 milhão como danos morais coletivos, a serem investidos na saúde e educação de Várzea Grande.

Conforme consta na denúncia do MP, ficou comprovado, por meio de interceptações telefônicas, autorizadas pela Justiça, que Walace cobrava propina do empresário José Henrique Carneiro e Carvalho, proprietário da empresa “Construtora Carneiro & Carvalho”, que seis meses antes de vencer o pregão de R$ 10 milhões do município, alterou seu ramo de atividade, e de sapateira virou construtora.

De acordo com o MP, José Henrique e Raphael Rondon ofereceram/prometeram e entregaram vantagens indevidas ao então prefeito Walace, com a finalidade de que, na condição de chefe do executivo municipal, se omitisse em relação às obras contratadas pela Prefeitura e não executadas ou mal feitas pela empresa Carneiro & Carvalho Construtora LTDA no município, bem como para que as medições fossem pagas sem quaisquer questionamentos.

“Muitos dos diálogos destacados do alvo JOSÉ HENRIQUE DE CARVALHO são com RAFHAEL DOS SANTOS RONDON, cunhado dele e a época servidor comissionado da Prefeitura de Várzea Grande, sendo que, em várias ocasiões, ambos usam códigos do tipo: “foto”, “pedido”, “sal” e “ração”, entretanto, com a sequência de conversas e a confusão que ambos fazem ao realizar o cálculo dos valores a serem pagos, é possível concluir acima de qualquer dúvida razoável que falam de importância em dinheiro que tinha como destino o pagamento de “propina”. Os demais diálogos captados evidenciam que o então Prefeito WALACE era o destinatário destes recursos” diz trecho da denúncia do MPE.

Os termos usados entre o empresário e o ex-servidor Raphael Rondon, que é seu cunhado, para se referir as propinas do ex-prefeito, segundo a denúncia eram: “ração, sal, foto e pedido”.

Em uma das ligações o empresário cita que pretende voltar para Cáceres pois estava cansado de pagar propina. Já em outra ligação interceptada entre o pai do empresário e sua mãe, o pai diz: “O dinheiro que ele ganha tudinho fica dando para o Walace, lá (Cáceres) não precisa pagar o prefeito, lá não pega dinheiro, trabalha honestamente, fica catando um monte de dinheiro e dando para o baixinho vagabundo” (sic).

O MP cita ainda, que no período entre o segundo semestre de 2013 e o mês de agosto de 2014, José Henrique, com auxílio dos engenheiros, obteve vantagem ilícita, em prejuízo do município de Várzea Grande, no valor de R$ 1.019.878,31, induzindo e mantendo em erro o ente público municipal, mediante meio fraudulento consistente na apresentação de medições de obras dissociadas da realidade dos fatos, cobrando e recebendo do erário municipal por serviços não executados ou executados e desacordo com o contrato.

Denúncia do VG Notícias - Em outubro de 2013, a reportagem do VG Notícias procurou órgãos fiscalizadores e entregou todos documentos que comprovavam fraudes no processo licitatório que a empresa Carneiro & Carvalho foi escolhida. Dentre elas, o certificado de capacitação técnica, emitido pelo pai do empresário. 

O VG Notícias também noticiou com exclusividade que a empresa, seis meses antes de vencer o pregão de R$ 10 milhões, mudou o ramo da atividade, de sapateira, virou construtora, também com documentos que comprovavam a denúncia.

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