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Política Quarta-feira, 11 de Julho de 2012, 08:36 - A | A

Quarta-feira, 11 de Julho de 2012, 08h:36 - A | A

CPI do Cachoeira

Prefeito de Palmas diz que não recebeu doação e libera sigilos à CPI

Raul Filho afirmou que não recebeu dinheiro de Carlinhos Cachoeira, em sua campanha eleitoral na disputa pela prefeitura de Palmas

G1.com

 

O prefeito de Palmas, Raul Filho (PT), afirmou nesta terça-feira (10), que não recebeu dinheiro do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, em sua campanha eleitoral na disputa pela prefeitura da capital do Tocantins.

Raul Filho presta depoimento nesta manhã à CPI Mista que investiga as relações entre o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com políticos e empresários. O prefeito entregou aos integrantes da CPI autorização para que seja realizada a quebra dos seus sigilos bancários, telefônicos e fiscais.

Raul Filho aparece em vídeo negociando com Cachoeira. O material, que foi feito por Cachoeira e apreendido pela Polícia Federal durante a Operação Monte Carlo, foi mostrado com exclusividade pelo Fantástico há duas semanas.

"É preciso deixar claro que o vídeo é de 2004, naquela época eu era candidato. O senhor Carlos Cachoeira não fez doação para minha campanha, conforme comprova a prestação de contas. Nenhuma empresa do senhor Carlos Cachoeira prestou serviço emergencial, nem venceu qualquer serviço no meu governo", disse o prefeito.

Questionado pelo relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG) sobre uma suposta doação feita por Cachoeira, no valor de R$ 150 mil, para sua campanha à prefeitura da capital de Tocantins, em 2004, o prefeito negou. O dinheiro teria sido utilizado para pagar um show do cantor Amado Batista, que foi realizado durante a campanha.

"O show do Amado Batista não foi pago com recursos do Cachoeira. Foi pago por uma empresa de Araguaina, que não tem nenhum vínculo com as empresas de Cachoeira. Eu tenho absoluta certeza que ele [Cachoeira] não pagou a empresa. Foi a empresa que pagou. Nos não tivemos nenhum pagamento do senhor Cachoeira naquela campanha", disse.

Encontros

O petista afirmou à CPI que conheceu Carlos Cachoeira em 1994, na cidade de Goiânia. "Honestamente, nem me lembro se almoçamos, tomamos café ou coisa do sentido. Foi assim que eu me encontrei com o senhor Carlos Cachoeira na primeira vez, até o segundo encontro, quando teve o vídeo", disse.

Segundo o petista, em 1994, Cachoeira ajudava na campanha eleitoral de um deputado federal que fazia campanha conjunta com Raul. "Ai, depois do encontro, chegaram camisetas, essas coisas".

O segundo encontro com o contraventor, segundo o prefeito de Palmas, ocorreu em 2004, em Anápolis, onde foi feito o vídeo com Cachoeira. Segundo Raul, um amigo, Sílvio Roberto, propôs que fossem conversar com um empresário sobre doações para a candidatura. Raul explica que, só a caminho de Anápolis, soube que o empresário era Cachoeira.

"Chegando a Brasília, um empresário chamado Daniel nos pegou no aeroporto, e fomos conversas. Eu fui para Anápolis sem saber com quem iria me encontrar. Honestamente não me lembro [como Cachoeira foi apresentado]", disse o prefeito.

Delta

Segundo o prefeito, quando ele assumiu a prefeito, a Delta Construções já atuava no Tocantis prestando serviços ao Dnit e ao governo do Estado. A Delta é acusada de receber recursos das empresas de fachada usadas por Cachoeira, teria vencido uma licitação para a coleta de lixo na cidade. Segundo ele, a Delta possui seis contratos com a prefeitura de Palmas, todos na área de recolhimento de lixo.

"Esta empresa [Delta] só começou a prestar serviço na prefeitura um ano e dois meses depois de eu ter assumido, isto mediante a licitação", disse.

Quatro dos contratos com a Delta, segundo o prefeito, foram feitos mediante a dispensa de licitação, uma vez que o processo havia sido suspenso pelo Tribunal de Contas do Estado. "O certo é que só havia dispensa de licitação quando não havia alternativa. Uma vez autorizado pelo TCE, o procedimento licitatório ocorreu como de praxe, o que possibilitou a conclusão do certame", disse o prefeito.

De acordo com o prefeito, a empresa Delta recebeu pelo primeiro contrato R$ 11,45 milhões. Após, foram realizados quatro contratos de emergência, com dispensa de licitação, no valor de R$ 6,72 milhões, R$ 7 milhões, R$ 8,150 milhões e outra de R$ 8,4 milhões, respectivamente. Quando a licitação foi liberada, o contrato da prefeitura com a Delta ficou no valor de R$ 71 milhões.

“Não há nada que vincule o esquema Cachoeira com o governo de Palmas”, disse.

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