Silval Barbosa afirmou em sua delação, que os pagamentos de precatórios para a empresa Andrade Gutierrez foram feitos para pagamento de propina e com o aval de Blairo Maggi.
Segundo ele, a Andrade Gutierrez tinha precatórios para receber no valor de R$ 320 milhões, sendo que nessa época, Eder Moraes (secretário de Fazenda) foi a pessoa do governo responsável em combinar com representantes da Andrade Gutierrez, o retorno de 45% do valor pago pelo Estado, sendo que a pessoa responsável pelo pagamento de propina da empresa era o advogado Luiz Otávio Mourão, diretor jurídico e um outro diretor da empresa que estava acima de Luiz Otávio que Silval disse não se recorda o nome.
Silval disse que o Estado começou a fazer os pagamentos para a Andrade Gutierrez, no entanto, a empresa estava com dificuldades em pagar propina no montante de R$ 45% do valor recebido. Isso aconteceu na terceira parcela, pois nessa data, com o pagamento da 3a parcela, a empresa teria que retornar R$10 milhões de propina, foi quando a empresa fez um contrato de cessão de direitos com Valdir Piran, para dar lastro ao pagamento dessa propina, sendo que tal documento é assinado pela empresa pelo diretor jurídico Luiz Otávio e o outro diretor que o colaborador não se recorda o nome, mas que também tinha ciência de todos os fatos.
Silval relatou que havia um documento assinado por Eder Moraes e João Virgílio, um compromisso de pagamento do precatório assinado por Eder Moraes e o então procurador do Estado João Virgílio do Nascimento Sobrinho, em que o Estado de Mato Grosso se comprometia a quitar os precatórios dentro de um determinado lapso temporal. Silval relatou ainda, que foi João Virgílio quem emitiu parecer favorável representando a PGE para o pagamento desses precatórios.
Silval afirmou ainda, que Blairo Maggi, em 2010, “expressamente” disse a ele que a dívida com Valdir Piran seria paga através dos precatórios da Andarde Gutierrez, sendo que Silval deveria continuar a quitar a dívida com Piran, pagando os precatórios.
Silval Barbosa disse que quando assumiu o governo, em 30 de março de 2010, o Estado já havia pago R$ 200 milhões dos precatórios da Andrade Gutierrez, sendo que faltava apenas ser pago o montante de R$ 120 milhões e já existia o contrato da Gutierrez com Piran, e o respectivos pagamentos da Andrade Gutierrez para Valdir Piran.
O ex-governador relatou que a Andrade Gutierrez encaminhava para Valdir Piran cerca de 45% do valor que recebia do Estado, sendo que desse valor Valdir Piran descontava em torno 35% para despesas com tributos e o restante ele descontava da dívida existente.
Dos R$ 120 milhões que restavam do precatório da Gutierrez no período em que era governador do Estado, houve o pagamento de R$ 47 milhões para a empresa (Gutierrez), pois em razão de decisão judicial o Estado ficou impedido de pagar o restante, motivo pelo qual Silval não conseguiu quitar a dívida herdada por Blairo Maggi com a Andrade Gutierrez, tendo o colaborador que arrumar outras formas para pagar tal dívida, sendo que Valdir Piran cobrava o juro de 4,5% ao mês, motivo pelo qual a dívida ficava impossível de ser paga .
Ele disse que nessa época da Andrade Gutierrez, Eder Moraes acabou pegando um avião de Valdir Piran, um avião da Embraer, modelo CENICA, avaliado hoje em R$ 500 mil, sendo que Eder usava esse avião, que acabou ficando com Silval, após se acertar com Eder Moraes.
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