O cenário desenhado até agora para a Câmara dos deputados ainda dá ao PT e PMDB a maioria das cadeiras, mesmo com a perda de 18 e 5 cadeiras, respectivamente. O PT deve passar a ter 70 deputados, frente aos atuais 88, e o PMDB 66, frente aos 71 de hoje. O resultado ainda não é definitivo, e depende de análise de recursos pela Justiça Eleitoral.
O PRB, de apoio ao governo, registrou o maior crescimento, com 11 deputados mais este ano, chegando conquistando 21 cadeiras ao todo. O PSDB e o PSB vem em segundo lugar, registrando um crescimento de dez vagas cada um. Os tucanos devem passar a ter 54 cadeiras, e os socialistas, 34.
O PP e o PSD, que também apoiam a presidente Dilma, registraram queda no número de parlamentares, indo a 36 e 37 cada um. O PSD perdeu 8 políticos na Casa, enquanto o PP, de Paulo Maluf, teve quatro baixas entre as cadeiras da Câmara.
Estes resultados ainda são provisórios. A apuração definitiva das Eleições ainda dependem da análise de recursos de diversas candidaturas, que devem ocorrer até o dia 19 de dezembro, quando os candidatos são diplomados.
Este é um exemplo do próprio Paulo Maluf, que foi barrado pela Lei da Ficha Limpa, e ainda deve ter recurso analisado para poder ter sua eleição validada.
Governabilidade difícil
Para Arlindo Fernandes, consultor legislativo do Senado considera, o aumento da pulverização das bancadas entre um número maior de partidos deve aumentar as dificuldades para o próximo presidente montar uma base na Câmara dos Deputados.
— Nenhum partido tem sequer 15% das cadeiras na Câmara. Os dois maiores, juntos, chegam a pouco mais de um quarto da composição da Casa (133 deputados). Ou seja, ainda seriam necessários mais 124 deputados para obter uma maioria absoluta na Câmara, o que não seria suficiente para aprovar emendas constitucionais – analisa o consultor.
Para Fernandes, essa pulverização é uma das consequências da possibilidade de criação de novos partidos, especialmente após a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a fidelidade partidária. De acordo com o tribunal, a troca de partido só não será punida com a perda do mandato no caso de mudança para aderir a uma nova legenda, como aconteceu com a criação do PSD, do PROS e do Solidariedade (SD).
O cientista político David Fleischer, da UnB (Universidade de Brasília), faz análise similar. Para ele, a perda de força dos maiores partidos, ao mesmo tempo amplia a necessidade de negociação com o grupo de parlamentares reunidos em pequenos partidos, que cresceu nestas eleições. Caso contrário, Fleischer acredita que o Executivo pode ter dificuldades para aprovar projetos.
O consultor do Senado ainda destacou que os dois principais partidos que dão sustentação ao governo federal perderam juntos 23 deputados, enquanto os oposicionistas PSDB e PSB, que tinham candidatos fortes à presidência, ganharam, somados, 20 parlamentares ao todo.
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