Deputados federais de Mato Grosso alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) saíram em defesa do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após o anúncio de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. A medida, que começa a valer a partir de 1º de agosto, foi comunicada em carta enviada por Trump ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nela, o americano acusa o Supremo Tribunal Federal (STF) de censura e ameaça plataformas de mídia social dos EUA com multas milionárias e expulsão do mercado brasileiro.
Entre os parlamentares do PL que apoiaram a retaliação americana, estão: Coronel Fernanda, Nelson Barbudo, Rodrigo da Zaeli e José Medeiros. Em discursos semelhantes, todos responsabilizaram Lula pela crise diplomática, sugerindo que o petista tem provocado os Estados Unidos ao atacar diretamente Trump e sustentar, segundo eles, um regime de conluio com o STF.
Na mesma linha, Coronel Assis (União Brasil) também culpou Lula. Segundo ele, as falas do presidente brasileiro têm minado as relações com Washington, criando um ambiente de hostilidade que justificaria a taxação.
A deputada federal Gisela Simona (União Brasil) adotou um tom distinto. Ignorou as acusações de Trump ao STF e afirmou que a medida se insere em uma lógica geopolítica. “Outros países também foram taxados. Essa tarifa faz parte de uma disputa econômica, não política. É uma cortina de fumaça”, declarou.
Do MDB, o deputado Juarez Costa não se pronunciou. Já Emanuelzinho, também do MDB, mas aliado ao governo Lula, condenou abertamente a taxação americana. Para ele, apoiar a medida de Trump é “maldade com o Brasil” e um ataque injustificado aos interesses nacionais.
A carta de Trump cita “centenas de ordens de censura secretas e ilegais” atribuídas ao STF, em referência às decisões do ministro Alexandre de Moraes contra desinformação e ataques institucionais. A retórica do presidente americano ecoa o discurso bolsonarista e ganhou apoio entre parlamentares da oposição.
A medida, se confirmada, pode impactar exportações do agronegócio mato-grossense, setor sensível à relação comercial entre os dois países.
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