O deputado estadual Prof. Henrique Lopes (PT) denunciou supostas práticas de manipulação de dados educacionais, por parte do Governo do Estado, para “maquiar” o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB).
Em entrevista à imprensa na manhã desta quarta-feira (04.06), Henrique classificou como “absurdo” a conduta do Executivo estadual que, segundo ele, estaria alterando deliberadamente informações sobre o rendimento escolar dos alunos.
“Um absurdo isso que o Governo está fazendo, por amostragem, em algumas escolas públicas aqui do Estado. Isso já faz parte de uma denúncia que a gente, inclusive, já fez no próprio Ministério Público sobre essa questão da maquiação de resultados – vamos usar esse termo”, declarou.
O parlamentar questionou a propaganda oficial de que Mato Grosso teria saído da 22ª para a 8ª posição no ranking nacional do IDEB. Segundo ele, o cidadão comum muitas vezes não compreende o que compõe o índice, que leva em consideração a taxa de aprovação, a taxa de repetência dos alunos e o desempenho nas provas de Língua Portuguesa e Matemática.
Lopes acusou o governo de, deliberadamente, alterar esses resultados de forma sistemática. “Alunos que são evadidos da escola num bimestre, no final do ano, são dados como transferidos ou como alunos frequentes. Inclusive, fazem um plano de recuperação de falta de alunos. Quero entender como é que se recupera falta, entendeu?”.
Além disso, o parlamentar criticou ao recém-lançado Plano de Recuperação da Aprendizagem (PRA). Em sua avaliação, embora que necessário para sanar deficiências educacionais, o projeto está sendo implementado de maneira inadequada.
“Não que sejamos contrários a recuperar a aprendizagem, o problema é a forma como está sendo feita: segregando alunos, alterando as turmas que já estão compostas, mexendo em contrato de professores”, pontuou.
Henrique também alegou que o governo estaria destinando cerca de R$ 1.900 por aluno, por meio de um sistema estruturado, para garantir a aprovação de estudantes com risco de reprovação, o que, segundo ele, configura uma tentativa de forçar a elevação dos índices do IDEB.
“Será feito, através de uma espécie de trabalho com esses estudantes [do ensino médico com possibilidades de reprovar], dentro de um sistema estruturado, envolvendo inclusive cifras significativas, que até onde um professor disse, algo entorno de R$ 1.900 por aluno, para que o mesmo possa passar de ano. Se isso não for alterar resultado de forma forçada, eu não sei o que seria fraude no resultado do IDEB”, declarou.
Outro lado
O 
entrou em contato com a Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT) para obter um posicionamento sobre as acusações do deputado, mas até o fechamento da matéria não obteve retorno. Espaço segue aberto para manifestações.
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