Uma representação entregue ao Ministério Público de Mato Grosso acusa o secretário de Finanças de Nossa Senhora do Livramento, a 38 km de Cuiabá, Emanuel Arcanjo da Silva, de transformar a própria pasta num negócio familiar. Segundo o documento, ele nomeou a irmã, Raquel Rosa da Silva Rosário, para o cargo comissionado de assessora/coordenadora de Finanças em 14 de janeiro de 2025 — e passou a assinar os pagamentos que ela mesma executa.
Capturas de tela do sistema interno Flow DOCs anexadas à denúncia indicam que Raquel age sob ordens diretas do irmão, o que, para o denunciante, viola os princípios de moralidade, impessoalidade e transparência e contraria a Súmula Vinculante n.º 13 do Supremo Tribunal Federal, que veda nepotismo.
A suspeita de favorecimento vai além. A sobrinha do secretário, Elysa Cristina Monteiro da Silva, teria firmado contrato para prestar serviços de jornalismo à Prefeitura. Somente em 2025, a empresa ligada a Elysa já recebeu R$ 26,5 mil, sendo a maioria paga — de novo — pela Secretaria de Finanças. O denunciante levanta indícios de direcionamento contratual, serviço ineficaz e nepotismo cruzado.
OUTRO LADO — A reportagem do 
ouviu o chefe de gabinete, Arildo de Carvalho, sobre a denúncia. Ele afirmou que o prefeito ainda não recebeu notificação oficial do Ministério Público e acrescentou que os secretários não têm autonomia para nomear servidores: todas as indicações para cargos comissionados são formalizadas exclusivamente pelo prefeito.
Arildo acrescentou que a servidora citada na área contábil já integrava a equipe da gestão anterior, tendo sido mantida no posto por atender aos requisitos técnicos. “Até o momento, não há nenhum processo interno ou questionamento oficial sobre o assunto. O prefeito cumpre agenda na zona rural e retornará ao Paço Municipal amanhã. Somente após receber a documentação avaliará o caso e adotará as medidas cabíveis, se necessário.”
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