A 17ª Cúpula do BRICS, que se encerra nesta segunda-feira (07.07) no Rio de Janeiro, trouxe um recado direto às grandes potências e gigantes da tecnologia: a inteligência artificial (IA) não pode ficar concentrada nas mãos de poucos. O bloco defendeu uma governança global para a IA sob a liderança da Organização das Nações Unidas (ONU), com participação ativa dos países do Sul Global.
Os líderes de Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e outros parceiros endossaram duas declarações principais: uma sobre a regulação internacional da IA e outra reforçando o multilateralismo, a soberania digital e regras justas para o mercado de tecnologia.
Para o BRICS, a IA deve ser usada para reduzir desigualdades e não para ampliar a vantagem de grandes potências. A declaração ressalta que a tecnologia deve respeitar leis nacionais, proteger dados pessoais, garantir inclusão e não ser usada de forma militar.
Além disso, o bloco defende acesso justo a tecnologias de IA e a transferência de conhecimento para países em desenvolvimento. “Todos os países têm o direito de se beneficiar, desenvolver e usar a IA”, diz o texto. O grupo também alerta para os riscos de concentração de dados e a proliferação de iniciativas fragmentadas que acabam por manter o controle nas mãos de poucos.
Outro ponto de destaque é o apelo para que os padrões técnicos globais de IA não virem barreiras para pequenas empresas e economias emergentes. O BRICS propõe o desenvolvimento de softwares de IA em código aberto, auditáveis e transparentes.
Na prática, o bloco quer pressionar por mais voz dos países em desenvolvimento na definição das regras globais da IA, além de garantir que gigantes de tecnologia — as chamadas big techs — sejam reguladas de forma justa e não abusem do poder de mercado.
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