O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, explicou nesta terça-feira (15) em entrevista à NBR que a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras) foi escolhida como parte das medidas para aumentar a arrecadação do governo por ser “um imposto pequenininho”. "Se você vai comprar alguma coisa que custa R$ 100, vai pagar R$ 0,20”, disse Levy.
O ministro voltou a afirmar que a proposta é que o imposto seja temporário. "A CPMF é um imposto para enfrentar um momento especial", diz Levy. "É mais fácil de cobrar, todo mundo paga - um pouquinho, mas paga -, não bate na inflação porque você coloca ali R$ 0,02 a cada R$ 10 que você gasta".
Na segunda-feira, Levy anunciou, ao lado do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, medidas fiscais de R$ 64,9 bilhões para garantir a meta de superávit primário de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016.
Desse total, R$ 26 bilhões referem-se a corte de gastos do governo. Outros R$ 38,9 bilhões referem-se ao aumento de arrecadação, entre elas a proposta de retorno da CPMF.
"O que a gente fez ontem foi criar as condições para sair desse momento de travessia e conseguir chegar aonde a gente quer em segurança", afirmou Levy nesta terça sobre o ajuste fiscal, depois de ressaltar a importância de "ter a casa em ordem". "Um país que tem rombo no orçamento não é um país que cresce, um país que tem confiança."
Economia da China e da queda dos preços das commodities. "O Brasil vai ter que se adaptar", afirmou ele, dizendo que o país terá que mudar seu "esquema tático" neste "ambiente diferente".
Entre as medidas de corte de gastos do governo, o ministro citou o adiamento do reajuste dos servidores, que deve reduzir as despesas em R$ 7 bilhões. "É um gasto importante que a gente deixa de fazer", disse Levy, apontando a necessidade de "distribuir" as medidas de corte.
Sobre perspectivas de melhora na economia, Levy disse que "tem várias áreas que já estão dando respostas, as exportações já estão melhorando". O ministro apontou também que a agricultura "é um setor que vai continuar dando boas notícias".
Cenário político
O ministro falou sobre as discussões políticas para que as medidas do ajuste fiscal sejam aprovadas pelo Congresso.
"Tem um pouquinho de incertezas, tem um pouquinho o lado que não é econômico, um pouquinho político, muita discussão. Algumas pessoas dizem que isso tem atrapalhado a economia porque tem levado as pessoas a ficarem com um pouco mais de dúvida e aí a economia anda mais devagar", afirmou.
"Se não tivesse tanta discussão em algumas coisas a gente já estaria sentindo a recuperação de uma maneira mais forte. Mas a democracia é isso, todo mundo tem o direito de falar."
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