O investigador particular Ivancury Barbosa firmou acordo de não persecução cível com o Ministério Público Estadual (MPE), na investigação que apura ameaças e tentativas de incriminar e difamar o jornalista Alexandre Aprá, fundador do site Isso É Notícia. Porém, o processo está em sigilo.
Antes do acordo, em 09 de outubro de 2023, o juiz João Bosco Soares da Silva, do Núcleo de Inquéritos Policiais (NIPO), havia autorizado mandados de busca e apreensão na casa de Ivancury Barbosa, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.
Na decisão, a qual o teve acesso, o magistrado autorizou buscas na sede da TV Morena em Campo Grande [afiliada da Globo]; na casa do empresário de Cuiabá Ziad Adnan Fares, assim como na sede da sua empresa de comunicação.
Outro alvo de mandado de busca e apreensão foi o ex-vereador da capital, Ralf Rodrigo Viegas da Silva. As ordens judiciais foram expedidas para sua residência e em seu gabinete na Assessoria Executiva da Prefeitura de Cuiabá.
Porém, os mandados foram anulados em decorrência do acordo celebrado com Ivancury Barbosa e o Ministério Público em 30 de novembro, assinado pelo promotor de Justiça, Luciano André Viruel Martinez. No documento consta que o investigador se comprometeu em pagar R$ 6.600,00 mil em até seis parcelas, para entidade pública ou de interesse social – a ser definida pelo MPE.
Além disso, ele deverá comparecer mensalmente em Juízo, por um período de seis meses, para comprovar endereço, informar e justificar suas atividades lícitas.
Depoimento no Inquérito Policial
O também teve acesso ao depoimento de Ivancury Barbosa prestado na Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI). O depoimento foi realizado em 16 de setembro de 2021.
No depoimento, Ivancury afirmou ser detetive profissional há mais de 28 anos e que exerce sua atividade em todo o país, e que inclusive tem uma empresa neste ramo com sede em Campo Grande.
O detetive explicou que foi contratado por uma pessoa de Campo Grande para investigar Alexandre Aprá, não citando nome da mesma sob alegação de que durante os mais de 28 anos de profissão jamais revelou quem seriam os verdadeiros contratantes dos seus serviços “a fim de preservar o sigilo profissional e manter sua credibilidade”.
Ele revelou que foi contratado na época apenas para levantar informações de Aprá e depois elaborar um relatório circunstanciado e entregá-lo ao seu cliente, negando ter forjado qualquer fragrante ou atuado de forma a atingir a integridade física do jornalista.
Ivancury afirmou que nunca teve como objetivo ameaçar, constranger ou intimidar Alexandre Aprá, assim como negou que servidores públicos do Governo do Estado o auxiliarem com informações sobre o jornalista.
No depoimento, ele ainda negou ter vindo à Cuiabá instalar sistema de escutas ilegais nos gabinetes do governador Mauro Mendes (União), e de deputados.
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