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VGNJUR Sábado, 07 de Dezembro de 2024, 11:51 - A | A

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Cabo eleitoral de Dorner foi pago com "dinheiro vivo" e proibido de informar localização de "escritório paralelo"

Informações foram prestadas em depoimento prestado por um cabo eleitoral na Justiça no último dia 27 de novembro

Lucione Nazareth/VGNJur

A equipe de campanha do prefeito reeleito de Sinop, Roberto Dorner (PL), pagou cabos eleitorais com “dinheiro vivo”, evitando dar localização ou qualquer informação aos trabalhadores relacionados ao suposto “escritório paralelo” usado no esquema de “caixa dois” nas eleições deste ano, e que é alvo de ação que pode resultar na cassação do mandato do chefe do executivo municipal. A informação foi repassada por um dos cabos eleitorais em depoimento prestado no último dia 27 de novembro, de forma online, ao Juízo da 22ª Zona Eleitoral de Sinop.

No depoimento, ao qual o teve acesso, a mulher, que se identificou como uma das chefes de equipes dos cabos eleitorais de Dorner, contou que todo o processo foi conduzido pela servidora pública, identificada apenas como S.R. Segundo ela, R na maioria das vezes era a pessoa responsável pela formalização da contratação dos cabos eleitorais, assim como tirava dúvidas dos trabalhadores.

Ela relatou que, em certa ocasião, uma pessoa que estava recebendo seguro-desemprego ficou com medo de perder o auxílio, em decorrência de assinar contrato de prestação de serviço para a campanha de Roberto Dorner. Contudo, S.R teria garantido que aqueles que recebiam qualquer auxílio do governo poderiam trabalhar normalmente na campanha, e ao final receberiam pelos serviços prestados, sem qualquer impedimento legal. 

Em outro momento, a mulher contou que S.R. chegou a enviar uma mensagem, via WhatsApp, frisando que a mesma não poderia compartilhar com ninguém, nem mesmo com as pessoas de sua equipe, a localização com o endereço do escritório dos recursos humanos (RH) da campanha de Dorner. A citada servidora, segundo a depoente, durante a campanha chegou a trabalhar inclusive no horário em que deveria dar expediente na Prefeitura de Sinop. 

Ao ser questionada sobre os pagamentos, a testemunha relatou que assinou contrato de prestação de serviço, sendo que a primeira quinzena ficou acordada com uma pessoa da equipe do prefeito, que o valor de R$ 1.250,00 seria pago via Pix. Porém, no dia do pagamento, por volta das 20 horas, ela recebeu ligação de S.R perguntando sobre o endereço de sua residência, e que minutos depois, ela apareceu com o dinheiro em um envelope.

No depoimento, a mulher contou que percebeu na ocasião que no carro de S.R constavam outros documentos semelhantes, e que logo em seguida, a servidora solicitou informações sobre o endereço dos demais membros da equipe de cabos eleitorais. O pagamento, no entanto, foi pago depois no citado "escritório de RH" da equipe do prefeito.

Conforme ela, dias depois, S.R mandou um novo contrato com cláusulas semelhantes ao antigo, e pediu para que a prestadora de serviço assinasse, e ficou sabendo que toda sua equipe também havia assinado novos contratos.

Ao buscar informações do que estava ocorrendo, a testemunha foi surpreendida com a informação de que apenas ela e sua equipe assinaram novos documentos, e que os demais cabos eleitorais continuaram com os antigos, o que causou estranheza por parte dela. 

Leia Também - Cabos eleitorais de Dorner serão ouvidos em ação que pode resultar em cassação

O processo  

O caso é em relação à Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) ajuizada pela Coligação Um Novo Rumo para Sinop, que teve como candidata à prefeita Mirtes da Transterra (Novo), apontando que Dorner e Paulinho Abreu teriam “praticado abuso de poder político, abuso de poder econômico, captação ilícita de sufrágio e falsificação ideológica”.  

Na denúncia, a coligação cita uso indevido de servidores públicos durante a campanha eleitoral; possível prática de captação ilícita de sufrágio mediante falsificação ideológica, conhecida como “caixa dois”; locação de espaço custeada com dinheiro público, que remete a prédio público utilizado na campanha eleitoral.

Além disso, Roberto Dorner teria omitido bens em sua declaração feita junto à Justiça Eleitoral, sendo que ele declarou R$ 24.178.036,64 milhões, contudo, teria omitido bens na ordem de R$ 90.641.156,71 milhões - soma com base no valor aproximado de mercado deles.

O que diz Dorner 

Em sua defesa, Roberto Dorner afirmou que os servidores mencionados na denúncia, citando quatro, estavam regulares em seus afastamentos e em suas atividades.

Sobre o suposto “caixa dois”, apontou que a gravação usada para basear a denúncia foi ilícita e clandestina, “sem autorização judicial e com violação à privacidade e à intimidade dos interlocutores, ainda que realizada por um dos participantes, sem o conhecimento dos demais”. Além disso, alega que os documentos e vídeos são descontextualizados e não apresentam nenhum dado além do que consta na prestação de contas.

O prefeito também afirmou que não houve uso indevido de prédio público, sendo que o imóvel foi alugado regularmente por R$ 4 mil mensais para servir de escritório de campanha e os gastos estão documentados; e que nunca houve intenção dolosa de ocultar bens, de falsear a verdade ou ludibriar o eleitor. "Bens estes integralizados em 2017 à holding familiar gerida por parentes, ainda não concluída a transferência por disputa judicial fiscal pendente”, diz trecho da defesa.

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