Uma comitiva formada pelo governador Mauro Mendes, pelo juiz ambiental Antonio Horácio da Silva Neto, pela promotora Ana Luiza Ávila Peterlini e pelo presidente do TCE-MT, Sérgio Ricardo, visitou nesta quinta-feira (17.07) o Morro de Santo Antônio para buscar soluções sobre a polêmica obra de acesso ao local. O objetivo foi discutir soluções para a obra da trilha de acesso, que gerou críticas por ter sido executada sem estudos prévios e licença ambiental.
A trilha de 4 metros se transformou numa abertura de até 10 metros, deixando uma 'ferida na montanha' visível a quilômetros de distância, gerando críticas por parte de ambientalistas. Mauro Mendes justificou a expansão não planejada da trilha por problemas técnicos. O projeto inicial, segundo ele, com ângulo de 8,33 graus nas normas de engenharia, era 'impossível de executar' devido à geologia do morro.
Segundo Mendes, a rocha calcária fragmentada do morro dificultou significativamente a execução. Equipamentos menores (22 e 36 toneladas) conseguiam progredir somente 15 a 25 metros por semana, levando à utilização de máquina de 50 toneladas, que também enfrentava problemas de deslizamento.
Críticas do Ministério Público e ambientalistas
A promotora Ana Luiza Ávila Peterlini reforçou as críticas à obra irregular. “A construção avançou sem projetos adequados, sem estudos ambientais e sem licença”, declarou Peterlini. Para ela, a recuperação da área degradada será obrigatória, mas "essa situação poderia ter sido evitada com planejamento adequado”.
A obra resultou numa 'veia aberta na montanha', conforme descreveram ambientalistas, mostrando o impacto da trilha que excedeu as dimensões originais.
Defesa dos benefícios socioeconômicos
A prefeita de Santo Antonio de Leverger, Francieli Magalhães (PTB) defendeu o projeto. Para ela, a obra vai impactar diretamente no município em termos de turismo e economia e transformará o Morro de Santo Antônio numa atração turística importante para a região.
A gestora municipal reagiu às críticas ambientais com questionamentos. "Quem veio aqui efetivamente para ajudar e fazer algo relevante para o município?', perguntou, convidando os opositores a "desenvolver ações construtivas para a sociedade, em vez de só criticar".
"O presidente do TCE-MT, conselheiro Sérgio Ricardo, e o juiz Antonio Horácio da Silva Neto descreveram a comunidade local como "esquecida". Segundo eles, na região "qualquer investimento é bem-vindo" devido à carência de infraestrutura básica, incluindo asfaltamento."
O encontro desta quinta-feira priorizou o diálogo entre as partes. Antonio Horácio da Silva Neto, que se apresenta como um juiz "proativo", celebrou o resultado: "Que bom que está surgindo o caminho do consenso". O magistrado admitiu erros na condução do processo, mas destacou que o foco deve ser "consertar da melhor forma possível".
Entre Mauro Mendes e Ana Luiza Ávila Peterlini prevaleceu o tom respeitoso, mesmo com discordâncias técnicas. Os dois concordam que o patrimônio, "devidamente executado e adequado aos parâmetros ambientais, receberá grande visitação"."
Perspectivas futuras e gestão sustentável
Entre os próximos passos definidos está a recuperação prioritária das áreas degradadas. O presidente do TCE-MT, Sérgio Ricardo, confirmou que manterá a fiscalização sobre a obra e os recursos aplicados.
O governo estadual também anunciou estudos de concessão para manutenção do patrimônio. A medida considera que "todos os anos o morro pega fogo", demandando sistema profissional de prevenção e conservação.
Antonio Horácio propôs distinção entre perfis ambientalistas, separando "maus ambientalistas" daqueles "que realmente querem o melhor para o meio ambiente". O objetivo é facilitar diálogo construtivo entre diferentes visões sobre desenvolvimento e preservação."
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