O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), lidera a segunda pasta com maior volume de emendas parlamentares liberadas em 2025: até 18 de junho, foram R$ 53,4 milhões destinados ao setor agropecuário, ficando atrás apenas do Ministério da Saúde, que recebeu R$ 535,5 milhões. Mesmo sob críticas de parte do agronegócio de Mato Grosso — seu principal reduto —, Fávaro mantém prestígio junto ao presidente Lula (PT).
A liberação dos valores faz parte de um pacote mais amplo. Entre os dias 16 e 17 de junho, segundo levantamento do UOL, o Governo Federal liberou R$ 517 milhões em emendas parlamentares e outros R$ 1,1 bilhão em verbas “extras”, especialmente para o Ministério da Saúde. A ofensiva ocorreu em meio à pressão do Congresso e à demora na execução do Orçamento de 2025, que estava no menor nível desde a pandemia.
Nos bastidores, a medida é vista como forma de acalmar a base aliada e abrir espaço para negociações políticas, sobretudo em torno de projetos que aumentam a arrecadação, como a elevação do IOF e o corte de incentivos fiscais. Prefeitos de municípios do interior e regiões agrícolas comemoraram os repasses, que também impactam positivamente áreas ligadas ao agronegócio, como a vigilância sanitária, aquisição de máquinas e programas de apoio ao pequeno produtor.
Apesar do montante ser considerado modesto frente ao potencial do setor, parlamentares ligados ao agro avaliam que a movimentação pode abrir caminho para destravar investimentos estratégicos em infraestrutura rural e assistência técnica. Ainda assim, a distribuição desigual dos recursos levanta críticas e reforça a disputa interna por influência dentro da bancada ruralista.
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