O Brasil registrou o maior faturamento da história com exportações de café, mesmo com redução no volume embarcado, segundo relatório do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), divulgados nesta quarta-feira (30.07). Na safra 2024/25, o país arrecadou US$ 14,7 bilhões, alta de 49,5% em relação ao recorde anterior, de US$ 9,8 bilhões na safra 2023/24.
O desempenho foi impulsionado pelos altos preços da commodity, especialmente no segundo semestre de 2024, reflexo da queda na produção global provocada por eventos climáticos extremos em países como Vietnã, Colômbia, Indonésia e o próprio Brasil.
“Os preços foram impulsionados por menores potenciais produtivos nos principais produtores mundiais. Isso elevou significativamente o valor do café e potencializou a receita cambial recorde das exportações brasileiras”, destacou o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, em trecho do relatório.
Ao todo, foram exportadas 45,5 milhões de sacas de 60 kg, queda de 3,9% em comparação à safra anterior. Ainda assim, o volume é o terceiro maior da história, atrás apenas dos ciclos 2023/24 e 2020/21.
As exportações ocorreram em meio a desafios logísticos e geopolíticos, como conflitos internacionais, infraestrutura portuária defasada e novas exigências socioambientais no comércio global, especialmente por parte da União Europeia.
“Tivemos sucessivos atrasos e prejuízos com sobre-estadia e armazenagem. Ainda assim, conseguimos manter exportações para mais de 100 países, sendo que só a Europa respondeu por mais da metade do volume total”, disse Ferreira.
O café arábica manteve a liderança nas exportações, representando 76,4% do total, com 34,8 milhões de sacas embarcadas. Os cafés diferenciados, com certificações de qualidade ou sustentabilidade, bateram recorde de receita com US$ 3,2 bilhões, o equivalente a 22,4% da arrecadação total.
Os Estados Unidos foram o principal destino do café brasileiro, com 7,4 milhões de sacas compradas, seguidos por Alemanha, Itália, Bélgica e Japão.
Somente em junho de 2025, o Brasil exportou 2,6 milhões de sacas, com receita cambial de US$ 1,03 bilhão, maior valor já registrado para o mês. No acumulado do primeiro semestre, os embarques somaram 19,4 milhões de sacas, com retorno de US$ 7,5 bilhões em divisas.
Leia também: MT não tem onde guardar metade da safra de grãos e produtores recorrem ao milho a céu aberto
Siga o Instagram do VGN: (CLIQUE AQUI).
Participe do Canal do VGN e fique bem informado: (CLIQUE AQUI).