O presidente da Câmara de Vereadores de Várzea Grande, Wanderley Cerqueira (MDB), subiu à tribuna nesta terça-feira (27.05) para questionar uma contratação emergencial de quase R$ 15 milhões realizada pela Prefeitura. O alvo das críticas foi um contrato firmado com a empresa GOIASMED Serviços Médicos Ltda, de Goiás, que possui capital social de apenas R$ 100 mil, segundo pesquisa do próprio vereador.
A contratação, no valor de R$ 14.760.000,00, foi formalizada através da dispensa de licitação emergencial n.º 54/2025 pela Secretaria Municipal de Saúde para prestação de serviços especializados em ortopedia e traumatologia no Hospital e Pronto-Socorro de Várzea Grande (PSVG), com vigência de 12 meses.
Cerqueira cobrou da prefeita Flávia Moretti (PL) o fim das contratações por dispensa de licitação, argumentando que após 150 dias de gestão já é momento de adotar o pregão eletrônico como regra. "A secretária de Saúde, Deisi Bocalon, aderiu a uma ata de R$ 14,7 milhões para cirurgia ortopédica. Eu acredito que não cabe mais contrato emergencial, porque já se passaram 150 dias de gestão. Já é hora de fazer pregão eletrônico", afirmou.
Situação crítica no hospital
Durante o discurso, o parlamentar relatou ter visitado o PS/VG no último final de semana, onde confirmou a situação crítica da unidade: corredores lotados, ausência de cadeiras de rodas e escassez de maqueiros. Ele também questionou a interrupção das cirurgias ortopédicas que, segundo ele, sempre foram realizadas no local.
O contrato prevê atendimentos ortopédicos de urgência, emergência, ambulatoriais e eletivos, incluindo procedimentos cirúrgicos, acompanhamento pré e pós-operatório, visitas médicas a pacientes internados, fornecimento de OPMEs (Órteses, Próteses e Materiais Especiais) conforme tabela SIGTAP, além dos equipamentos necessários para cirurgias de adultos e crianças.
Capacidade técnica questionada
A principal crítica do presidente da Câmara recaiu sobre a capacidade financeira da empresa contratada. Cerqueira revelou que, segundo pesquisa no Google, a GOIASMED possui capital social de apenas R$ 100 mil para executar um contrato de quase R$ 15 milhões.
"Essa ata precisa ser submetida a pregão eletrônico. Chega de emergencial. Quem ganhar, ganhou. Esse negócio de aderir ata não funciona", criticou.
Ao encerrar sua fala, Cerqueira anunciou que irá aprofundar a análise sobre a contratação e reiterou que o PS/VG mantém as cirurgias ortopédicas suspensas enquanto segue superlotado. "Vou aprofundar essa análise, vou verificar, porque acredito que as coisas devem ser feitas corretamente. Estou pronto para ajudar a gestão, mas gosto de coisa certa", concluiu o presidente da Casa de Leis.
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