A constante falta de água em bairros de Várzea Grande fez surgir um coro na noite dessa quarta-feira (14.08) durante sessão ordinária da Câmara Municipal: “Privatizar o Departamento de Água e Esgoto (DAE/VG)".
Segundo o presidente da Casa de Leis, vereador Fábio Tardin – popular Fabinho (DEM) -, a autarquia não tem condições financeiras para promover investimentos e proporcionar um serviço de qualidade à população, o que, conforme ele, não resta outro caminho a não ser a “privatização” do serviço de saneamento.
“O DAE/VG não tem condições de fazer o investimento. O Poder Executivo não repassa o dinheiro para fazer o investimento. A população se irrita e finge que paga. Cuiabá está aí como exemplo, melhorou. Infelizmente o caminho é privatizar o DAE/VG, para colarcamor uma empresa que consiga fornecer um serviço de qualidade. Fornecer água para todos e receber do contribuinte, como também efetuar investimentos”, declarou o parlamentar.
O vereador Valdemir Bernardino – popular Nana (DEM) -, disse que constantemente moradores procuram os parlamentares para reclamar da falta de água, e que a solução encontrada é o envio de caminhões pipas, porém, o problema da rede de distribuição se mantém e não é resolvido.
“As pessoas reclamam da falta de água e nós vamos atrás, e o DAE/VG resolve com o caminhão pipa. Mas, não é isso que queremos, chega disso. Precisamos privatizar o DAE/VG. Não temos estrutura, é muito desperdiço de água”, enfatizou.
Apesar da crítica, o democrata elogiou o trabalho do diretor-presidente, Ricardo Azevedo Araújo, e toda sua equipe, mas afirmou que a falta de estrutura e dinheiro impedem que eles façam um serviço de qualidade no município, como por exemplo resolver o problema dos vazamentos das redes de distribuição.
Já o vereador Pedro Paulo Tolares – popular Pedrinho (DEM) -, ressaltou que grande parte do dinheiro arrecadado pela autarquia – na ordem de R$ 3 milhões por mês -, são gastos para pagamento de despesas.
“O nosso DAE/VG arrecada R$ 2,7 milhões a R$ 3 milhões por mês, mas com esse dinheiro a autarquia gasta uma despesa fixa de R$ 1,2 milhão somente com energia elétrica com a Energisa, e mais R$ 100 mil de dívida de energia de outras gestões e que foram parceladas. Tem uma folha de pagamento estimada em R$ 700 mil a R$ 800 mil, ainda gasta em média R$ 500 mil com locação de caminhões pipas para ajudar no fornecimento de água. Então, vai sobrar o que para fazer investimento?”, questionou.
E acrescentou: “A salvação, temos que ser real, é privatizar o DAE/VG, infelizmente não tem outra saída. O Poder Público não consegue manter mais o DAE/VG da forma que está. Não tem investimento nenhum e o povo sofre. Moramos na segunda maior cidade de Mato Grosso e ainda temos bairros que não têm água”.
Outro Lado – O oticias tentou contato com a o presidente do DAE/VG, Ricardo Azevedo, mas ele não atendeu e nem retornou as liagações.
Pela Prefeitura, o secretário de Comunicação do município, Marcos Lemos, disse ao oticias que a prefeita Lucimar Campos (DEM) se propôs a se reunir com os vereadores e discutir a questão da privatização e da falta de água na cidade, mas enfatizou que ela acredita que com os recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) irão “amenizar” o problema e universalizar o sistema de abastecimento.
“O projeto é de levar água encanada para todos. Já investimos R$ 60 milhões em obras. O serviço poderia estar mais bem avançado, mas o Governo Federal não libera os recursos. Entendemos que com o PAC iremos pelo menos equacionar por completo este problema da falta de água. Além disso, é importante destacar que privatizando o DAE/VG perdemos o recurso do PAC, assim como ocorreu em Cuiabá, e isso é preciso levar em conta”, finalizou o gestor.
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