Governadores de seis Estados solicitaram ao governo federal o adiamento da decisão de reduzir impostos para kits de carros elétricos e híbridos montados no exterior. Em carta enviada nessa terça-feira (29.07) ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), os chefes dos Executivos estaduais afirmam que a medida pode enfraquecer a indústria automotiva nacional.
A proposta, atualmente em análise pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), prevê uma redução significativa na alíquota de importação dos chamados kits SKD e CKD — utilizados na montagem local de veículos. Para carros 100% elétricos, o imposto cairia de 18% para 5%; no caso dos híbridos, de 20% para 10%.
Na prática, os governadores veem a medida como um aceno às montadoras chinesas, que dominam a produção desses kits. Alegam que a mudança pode provocar a substituição da produção nacional por simples montagens de peças importadas, de baixo valor agregado — o que colocaria em risco empregos, fornecedores e investimentos já instalados no país. “A substituição da produção local por montagens de kits importados tende a fragilizar a cadeia automotiva como um todo”, afirmam na carta.
Os governadores pedem a suspensão imediata da deliberação e solicitam a criação de um canal de diálogo com os Estados diretamente impactados, antes que qualquer decisão seja tomada.
O documento é assinado por Cláudio Castro (PL-RJ), Eduardo Leite (PSD-RS), Jorginho Mello (PL-SC), Ratinho Jr. (PSD-PR), Romeu Zema (Novo-MG) e Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) — este último, embora defensor da eletrificação da frota, posiciona-se a favor da produção local de veículos.
Apesar das críticas à medida, os governadores reforçam que apoiam a transição para uma economia de baixo carbono, desde que essa não comprometa a indústria brasileira.
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