O clima na Câmara dos Deputados, em Brasília, é de forte tensão política e institucional na noite desta quarta-feira (06.08), com a convocação de uma sessão extraordinária. A deputada federal Gisela Simona (União) relatou os acontecimentos diretamente do plenário, destacando a tentativa de obstrução por parte de parlamentares da oposição, que ocupavam a mesa diretora para impedir o andamento dos trabalhos legislativos.
Segundo Gisela, a convocação foi determinada pelo presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos), após reunião de líderes iniciada às 16h. Paralelamente, um ato da mesa determinou que parlamentares que tentarem impedir a realização da sessão poderão ser suspensos por até seis meses.
“A situação está tensa. A Polícia Legislativa foi acionada e tenta desocupar a mesa, ocupada principalmente por deputados do PL. Há uma corrente de resistência física para impedir a retomada dos trabalhos”, relatou Gisela.
A deputada informou ainda que foi aberta a possibilidade de registro de presença via sistema Infoleg, utilizado pelos deputados para confirmar quórum e participação em votações remotas. Até o momento do relato, havia 199 presenças registradas, quando o mínimo necessário para iniciar a sessão é de 257 parlamentares.
Entre os motivos alegados para a obstrução da sessão, a oposição exige:
• A inclusão na pauta da anistia para presos dos atos de 8 de janeiro;
• O fim do foro privilegiado;
• A tramitação do pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, no Senado.
“Há pressão para que a sessão ocorra, mas também resistência por parte dos oposicionistas. A expectativa é saber se o presidente Hugo Motta virá presencialmente ou conduzirá a sessão remotamente”, explicou a parlamentar.
Para conter possíveis conflitos, mulheres foram posicionadas na mesa diretora como tentativa de evitar confrontos com a Polícia Legislativa, segundo Gisela. Ainda assim, houve momentos de exaltação. “Zé Trovão está visivelmente abalado, e Nicolas Ferreira transmite tudo ao vivo em suas redes sociais”, relatou a deputada.
Por fim, Gisela reforçou a importância do respeito ao funcionamento do Congresso: “O ideal é que todos possam se manifestar e votar livremente, como determina o Estado Democrático de Direito. Respeitem o Congresso”, apelou.
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