A vereadora Maysa Leão (Republicanos) criticou, em entrevista à imprensa nesta quinta-feira (29.05), a postura de parlamentares que, segundo ela, apenas lembram das vítimas de feminicídio em ano eleitoral, mas esquecem do tema ao assumirem seus mandatos.
“É tempo de olharmos para a atuação individual de cada um dos nossos deputados. Ano que vem é ano eleitoral, e todos choram a morte das nossas mulheres. Mas todo feminicídio pode ser evitado. Eles dão sinais, e o que permite que esses crimes aconteçam é uma rede de proteção enfraquecida”, afirmou a vereadora.
Maysa destacou que a bancada federal de Mato Grosso não destinou emendas parlamentares para a segurança pública e alertou que o Estado continua entre os que mais matam mulheres no país. De acordo com o Painel de Monitoramento da Violência Contra as Mulheres da Secretaria de Segurança Pública (Sesp-MT), somente em 2025 já foram registrados 15 feminicídios no Estado.
A parlamentar também reclamou da defasagem no efetivo da Polícia Militar e disse que pedirá ao governador Mauro Mendes (União) o fortalecimento da infraestrutura da Patrulha Maria da Penha.
“Precisamos levar o botão do pânico para os 142 municípios de Mato Grosso. Hoje, muitas cidades não têm Ciosp nem atendimento adequado, mas há vítimas em todas elas”, alertou.
Atualmente, o Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) funciona apenas em Cuiabá, Várzea Grande, Cáceres, Rondonópolis e Barra do Garças. O botão do pânico — dispositivo de segurança que permite à vítima acionar a polícia em casos de emergência — está disponível nessas mesmas cidades.
Maysa também defendeu que as Delegacias da Mulher funcionem 24 horas por dia, em vez do modelo atual, que opera de segunda a sexta-feira, das 8 às 18 horas.
“Precisamos que as delegacias deixem de atender em regime de plantão e passem a funcionar ininterruptamente. Ainda há muitas falhas no atendimento, e espero que o governador nos escute”, concluiu.
Replantio dos ipês das vítimas de feminicídio
Maysa Leão também comentou sobre o replantio dos ipês das vítimas de feminicídio que irá acontecer no dia 06 de junho, no Parque da Família, em Cuiabá.
“Algumas pessoas questionaram o porquê não foram plantadas no canteiro central, é importante entender que esses ipês não são um plano de rearborização, é uma homenagem às vítimas de feminicídio. É no Parque da família para que seus filhos, seus pais e as pessoas que sofrem essa dor possam fazer ali um piquenique, prestar uma homenagem e visitar, com segurança”, concluiu
53 mudas de ipê roxo foram plantadas no fim de março para as mulheres que foram vítimas de feminicídio em 2024. A iniciativa foi do Ministério Público de Mato Grosso, no entanto, as árvores precisaram ser retiradas do local inicial, já que haviam sido plantadas em uma propriedade privada.
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