O secretário de Segurança Pública de Mato Grosso, César Augusto Roveri, afirmou em entrevista nesta quarta-feira (06.08) que, apesar de ter sido constatado que cerca de 20 alunos participam da suposta “organização criminosa” dentro da Escola Estadual Carlos Ugney, em Alto Araguaia, 415 km de Cuiabá, apenas três adolescentes foram internadas até o momento.
Roveri explicou que, neste primeiro momento, somente as três jovens que aparecem no vídeo principal da investigação foram responsabilizadas. Uma quarta agressora, por ter 11 anos na data do crime, não poderá receber medida socioeducativa. No entanto, ela será acompanhada pela rede de proteção, como prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), por meio de ações do Conselho Tutelar, CREAS e suporte psicológico.
“A internação teve como base os registros objetivos. O fato é claro: as pessoas que aparecem nas imagens foram internadas. Mas, caso surjam novos elementos — como depoimentos, testemunhas ou outros registros —, novas medidas poderão ser adotadas”, explicou o secretário.
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, com acompanhamento do Ministério Público e do Poder Judiciário. A promotoria imputou às adolescentes internadas a prática de ato infracional análogo ao crime de tortura, com possível vínculo com organização criminosa.
O secretário de Educação do Estado, Alan Porto, informou que equipes psicossociais estão atuando na escola com suporte a alunos, professores e familiares das possíveis novas vítimas ou envolvidos nos crimes. “As autoridades policiais estão investigando e todas as providências da Secretaria de Estado de Educação para dar o suporte e o acolhimento já estão sendo feitas”, afirmou.
Internação das agressoras e indícios de organização
A Justiça determinou a internação provisória das adolescentes envolvidas nas agressões. O secretário Alan Porto destacou que não se trata de um caso de indisciplina, mas de algo mais grave. “Há indícios de organização estruturada, com hierarquia, liderança, regras de repressão e uso de violência”, afirmou.
Diante da gravidade dos fatos, o Governo do Estado decidiu transformar a Escola Estadual Carlos Ugney em uma unidade cívico-militar. O processo de recrutamento de policiais da reserva já foi iniciado para atuarem na escola. A diretora da unidade foi comunicada e manifestou apoio total à decisão.
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