A representante do Movimento Família Atípica, Dina Silva Toledo, fez uma denúncia forte durante audiência pública na Câmara de Várzea Grande, nesta sexta-feira (26.09), ao relatar a realidade de famílias em vulnerabilidade social que convivem com filhos autistas e outras condições neurodivergentes.
Segundo Dina, a ausência de políticas públicas de apoio tem levado mães ao limite. “Eu recebi, na semana passada, uma mãe que me disse ter pensamentos de tirar a vida das duas filhas neurodivergentes e a própria vida”, afirmou em plenário.
Ela denunciou que os direitos de prioridade e acessibilidade não são respeitados em órgãos públicos e empresas privadas, além da carência de médicos especialistas no município. Exames chegam a demorar até dois anos para serem realizados e a fila para terapias permanece extensa.
Na educação, o movimento pede a capacitação das TDEs (técnicas de desenvolvimento educacional). “Não queremos babás, queremos profissionais capacitados para ajudar os professores. Foi criada uma lei de inclusão, mas a escola não foi preparada para receber nossos filhos”, ressaltou Dina.
Um dos relatos mais graves foi de uma mãe solo com três filhos autistas, que passou dois dias na UPA do Ipase tentando atendimento para o filho que tinha um objeto preso no ouvido. A transferência para a Santa Casa só ocorreu após intervenção do vereador Samir.
O movimento também cobrou a criação de uma Secretaria de Inclusão Social, com atendimento direto às famílias, e a efetivação da clínica de neurodivergência prometida pela Prefeitura de Várzea Grande, mas que ainda não saiu do papel.
“Estamos sendo atendidos por médicos voluntários em Cuiabá. Fazemos bazares e almoços beneficentes para pagar consultas sociais. Isso não pode ser responsabilidade das famílias. Precisamos de ajuda urgente”, reforçou Dina.
Leia também - Prefeitura de VG decreta "feriadões" e alega contenção de gastos
Siga o Instagram do VGN: (CLIQUE AQUI).
Participe do Canal do VGN e fique bem informado: (CLIQUE AQUI).