A denúncia pedindo o afastamento da prefeita de Várzea Grande, Lucimar Campos (DEM), traz à tona complô formado por empresário, advogados, ex-servidores do município, suplente de vereador, assessor de deputado e vereadores com interesses escusos. O caso foi parar no Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) pelo denunciante que alega não ter assinado a denúncia, e vai causar transtornos a todos os envolvidos. Clique Aqui e confira matéria relacionada.
Na quarta-feira (02.03), foi protocolada na Câmara de Vereadores denúncia assinada pelo suplente de vereador Oneir Brito, conhecido por Missionário Brito (PV), acusando a prefeita por improbidade administrativa e pedia o afastamento de Lucimar por 90 dias do cargo, com base na lei estadual n°203/67, parágrafo 2. Por um voto, Lucimar Campos não foi afastada por 90 dias. Clique Aqui e confira matéria relacionada.
Em entrevista exclusiva ao VG Notícias, o presidente do Partido Verde de Várzea Grande (PV/VG), Luiz Antônio, revelou que mais de 20 pessoas participaram da “negociação e denúncia” contra a democrata. Entre os nomes citados por Luiz Antônio constam: o suplente de vereador Charles Caetano (PR), o advogado Garcez Toledo Pizza, o servidor público municipal conhecido como Bocão, o proprietário da Penta Locações, Antônio Roni de Liz, o assessor do deputado Pery Taborelli conhecido como Pio, e alguns vereadores que ele não quis revelar os nomes. Luiz Antônio disse que ia lembrar dos vereadores que estavam no escritório de Charles no dia da denúncia e revelaria. Porém, após a entrevista concedida ao VG Notícias, na noite de sexta-feira (04.03), a reportagem tentou falar com Luiz Antônio para saber os nomes dos parlamentares, mas ele não atendeu as ligações e não retornou até o fechamento da matéria.
“Fizemos várias reuniões para concretizar a denúncia e passamos a documentação para o ex-secretário de governo do Murilo Domingos, advogado Garcez Pizza, e para o suplente de vereador Charles Caetano, que são advogados” disse ao VG Notícias, ao afirmar que tinha um entra e sai no escritório de Charles Caetano no dia da formalização da denúncia.
Segundo o presidente, estes dois advogados ficaram responsáveis para formalizar e organizar o pedido de afastamento da prefeita Lucimar Campos.
Ainda conforme ele, diversos vereadores, sem citar nomes, ao tomarem conhecimento da confecção da denúncia foram ao escritório de Charles para se inteirarem do teor das denúncias.
Os interessados - Vale lembrar, que o advogado Garcez Pizza tem um crédito de um cliente – a H. Mattos - no valor de quase R$ 4,5 milhões e que não foi pago pela atual administração, apesar dos esforços do mesmo para receber.
A dívida de R$ 6.251.019,13 milhões em 2005 passou em 2012 para R$ 11.662.526,32 milhões. Deste montante, a Prefeitura pagou sob as gestões de Maninho de Barros (PSD) e Walace Guimarães (PMDB), R$ 7,2 milhões e ainda ficou em restos a pagar no total de R$ 6,5 milhões. E atual gestão se recusou a pagar a dívida e ainda ingressou na Justiça pedindo a suspenção do pagamento por considerar ilegal.
Outro interessado no afastamento da democrata e que participou ativamente do “complô” é empresário da Penta, Roni De Liz que teve contratos questionados pela atual administração e faturou muito com a administração do ex-prefeito Walace Guimarães.
Roni tenta de qualquer forma receber da atual administração cerca de R$ 1,5 milhão, que segundo a Secretaria de Gestão Fazendária, não existem documentos que comprovem a prestação de serviços, pois, o crédito que o empresário alega ter é referente aos anos 2013 e 2014, na gestão do peemedebista Walace Guimarães. Ele chegou pressionar vereadores para receber do município, mas não conseguiu êxito com a prefeita.
Charles Caetano, advogado, ex-defensor público, ex-vereador, atual suplente de vereador, sempre teve atuação polêmica como parlamentar e servidor público. Ele é apontado como “mentor” das “rasteiras” contra prefeitos e vices no município.
Outro citado pelo presidente do PV é o assessor do deputado Pery Taborelli, Laurindo Júnior, conhecido por Pio, que segundo Luiz Antônio ligava perguntando se já havia colhido a assinatura do missionário na petição e como estava o andamento da denúncia contra a prefeita.
Lembrando que o afastamento da prefeita poderia favorecer Taborelli. Ele foi vereador pelo PV de Várzea Grande e se elegeu deputado pela sigla. Coincidência ou não, o deputado deixou o PV e se filiou ao Partido Social Cristão (PSC) justamente na véspera da apresentação da denúncia que pediu o afastamento de Lucimar Campos.
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